Batista Jerónimo
Bragança quem te viu e quem te vê
Na última década, agravando-se a cada ano que passa, as gentes de Bragança, têm vindo a ser fustigadas por ventos corrosivos ao seu bom nome. Os (poucos) transmontanos portadores deste ciclone de ventos devastadores, ainda não destruíram a honorabilidade, a honra, a cordialidade e o gesto do aperto de mão valer mais do que uma escritura, mas a continuar assim, até podem vir a conseguir. Temos de ressalvar, que embora houvesse acusações, julgamentos e sentenças podem, todos ou alguns, serem inocentes, com isto não quero fazer condenações públicas e muito menos generalizar ou por no mesmo patamar os casos. Mas, enquanto cidadãos a desempenharem cargos públicos e o que está em causa é só a sua relação com essas instituições públicas, devemos, no mínimo, alertar esses cidadãos para a herança que transportam. E, o que os brigantinos, esperam destas personalidades é que contribuam para a disseminação desses valores e princípios que nos regem e que os nossos antecessores nos souberam passar.
Se os comportamentos das individualidades, nos casos conhecidos, a nível nacional são condenáveis e estão a fazer estragos, a nível de Bragança, o ciclone está a formar-se. Quem estiver minimamente atento, tiver uma relação de convivência, for uma pessoa informada e que goste de acompanhar o dia-a-dia da cidade, das instituições e dos cidadãos, concorda que nunca em tempo algum se falou tanto de investigações e que envolve várias organizações investigadoras, para não dizer todas as que têm competência para investigar os actos condenáveis, nas várias e importantes instituições de Bragança.
Acresce que algumas instituições, a ser verdade (vale para todas), têm processos em tribunal envolvendo avultadas importâncias, dividas a fornecedores e bancos de valores impensáveis, estão sem crédito na praça e são responsáveis por centenas de empregos e de outros tantos utentes, estarão estes empregos em causa? Instituições, que são financiadas por autarquias, com dinheiros provenientes dos nossos impostos e estão a ser postas em causa pela sua gestão pouco transparente, falando-se de centenas de milhares de euros de despesas com justificações pouco claras ou robustas. Como se não basta-se, ainda temos casos em que se fala de várias investigações por parte de mais do que uma entidade investigadora, numa ou duas instituições.
Se recuarmos no tempo, não víamos “rapazes imergentes” em que no currículo apenas e só consta alguma campanha politica ou serviços prestados de adjunto ou assessor de um qualquer político, que também estes, não teriam tido percurso diferente. Se recuarmos no tempo, víamos nas instituições, homens com um passado impoluto, um “fazedor” por onde passou e depois deste percurso, assumia com naturalidade um lugar numa instituição, com único propósito – continuar a desenvolver e engrandecer a instituição que o seu antecessor lhe estava a passar e os seus conterrâneos lha estavam a confiar. Nos dias de hoje, vemos é uma tentativa de controlar e mensurar, como se de unidades físicas se trata-se, qual o partido que detém mais instituições. Associa-se e aceita-se que para os partidos ganharem eleições, têm de controlar o maior número possível de instituições. Depois, faz-se circular, que quem quer emprego, têm de participar na campanha do partido X, que pode arranjar emprego na instituição Y Será verdade? Que alguns votos com este estratagema são condicionados é verdade, que os empregos chegam poucos, também é verdade.
Em resumo, os cidadãos que também são votantes, deixam-se tratar como acéfalos. E as várias instituições, de primordial importância no dia-a-dia das pessoas, continuam a ser manobradas em função do interesse de “chicos espertos”.
Até quando vamos conviver nesta apatia e deixamos espaço aos manipuladores?
Baptista Jerónimo