Ana Soares

Ana Soares

Butelo e Casulas, o antes e o depois

Quando estamos longe de casa (mesmo quando a distância se resume ao mesmo País) há coisas que ganham novas cores, significados e sabores.

Chegada a época do Festival do Butelo e das Casulas (que me parece uma excelente iniciativa e que peca apenas, na minha opinião, pela falta de uma agenda mais cultural e infantil a par da gastronómica) as saudades reforçam-se. Eu que o diga.

Lembro-me que esta era a época do enchido de que eu menos gostava, mas que a minha Mãe preparava sempre para o Carnaval: o Butelo. Amante incondicional de enchidos regionais (só Deus sabe o que me custou não os comer na gravidez graças à toxoplasmose) considerava o Butelo um parente pobre (em termos de sabor, claro está) de todos os outros de que eu tanto gostava e gosto. Comia, não fosse eu sempre ter sido bem-mandada, muito pelo conforto que as casulas me davam ao estômago.

Hoje é bem diferente. Chegado o Carnaval sinto falta destes petiscos regionais. Sinto falta até das cascas que ficavam para último e que já não mantinham a consistência que lhes é tão característica. Sinto falta, enfim, da minha Terra, dos meus Amigos e do ar transmontano. Mas sei que esta distância, a médio prazo, desaparecerá e que aí estarei sempre nos Festivais, sejam eles quais forem, de brinde à nossa Terra.

Esta é uma crónica diferente. Uma crónica de sabores e cheiros, de tradição e modernidade, que mais não pretende do que ser uma homenagem à nossa Terra, desde as suas tradições às suas potencialidades e ao seu Futuro. Que orgulho ser desta Bragança que comemorou este mesmo mês 553 anos de Cidade. Parabéns minha Terra e todos os que somos e fazemos de Bragança o que é hoje!

E para quem me faz o favor de ler esta crónica e não sabe o que são o Butelo e as Casulas, eis a solução: aproveitar este fim-de-semana de Carnaval e dar um passeio até à Terra Fria Transmonstana. De certo não se irão arrepender. Fica o convite!


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