A tradição, de casar os solteiros no Entrudo, caiu em desuso. Não conheço nenhuma aldeia que ainda a pratique. Considero ser uma enorme perda para o Património Cultural Imaterial.
Nunca é tarde para revitalizar esta fantástica manifestação cultural.
Na véspera de terça-feira de Carnaval, por volta da meia-noite, dois grupos de homens colocavam-se nos dois pontos mais altos da localidade e, com embudes, construíam um diálogo que ecoava pelas ruas, gerando grande algazarra e entusiasmo no povo, que permanecia atento para saber quem lhe calhava em sorte. O objetivo — destes casamentos —, era tão somente a diversão. Tudo não passava de uma brincadeira de Entrudo. Casavam a moça mais pobre com o rapaz mais rico da aldeia; a mais prendada, com o mais humilde.