João Pedro Baptista

João Pedro Baptista

Caso dos morangos: um exemplo a seguir

Devemos voltar-nos para dentro. Importa, agora, mais do que nunca reconhecer e valorizar os produtos nacionais e optar por comprar no comércio tradicional

Vamos todos tomar como exemplo o que aconteceu com os morangos de São Pedro Velho, em Mirandela.

No início do mês de abril, a comunicação social, as redes sociais e a própria autarquia davam conta do receio dos produtores de morangos desta aldeia do nordeste transmontano.

Devido à pandemia de COVID-19, estes agricultores previam que dezenas de toneladas ficassem por colher devido não só à falta de procura, mas também por falta de mão-de-obra. Seria, de facto, uma perda incalculável, não fosse a onda de solidariedade que se gerou em torno desta situação, com um aumento exponencial de pedidos de Norte a Sul do País.

Agora, a comunicação social já refere que os produtores estão “sem mãos a medir” para as encomendas. Os agricultores apelaram e os portugueses atenderam. É, portanto, neste sentido que devemos recuperar a nossa economia, ainda que de forma gradual, num cenário pós-coronavírus.

Devemos voltar-nos para dentro. Importa, agora, mais do que nunca reconhecer e valorizar os produtos nacionais e optar por comprar no comércio tradicional. As autarquias e as demais associações empresarias e comerciais devem dar o exemplo, promovendo uma série de ações que ajudem a escoar os nossos produtos.

Felizmente, isso já está a ser feito por algumas entidades, como é o caso da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança ao promover uma ação de sensibilização “Eu compro local”, de forma a fomentar a economia local. Dessa forma, evita-se que o desemprego cresça, valorizam-se produtos de boa qualidade e recupera-se a economia. O mesmo podemos aplicar, por exemplo, ao setor do turismo. Todos temos, agora, o dever de viajar para dentro e de ajudar a recuperar a dinâmica de um setor tão importante para Portugal e para a região.

Durante esta calamidade, foram vários os empresários, da região, que se propuseram a fazer máscaras ou viseiras, mobilizando a sociedade para uma luta que é de todos nós.

Quando tudo passar, sabemos que não vai ficar tudo bem. No entanto, sabemos que não pode ficar tudo mal, por isso devemos retomar, futuramente (caso a situação decorra como o esperado), de forma lenta e gradual à normalidade e ter em consideração que o que compramos é produto nacional. 

 


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