Barroso da Fonte

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Centro de Narradores da memória na obra de Alexandre Parafita

Dia 7 do corrente a Câmara de Vinhais e a editora Zéfiro, vão ser palco da segunda apresentação da obra Lendas e contos populares Transmontanos do etnólogo Alexandre Parafita.

Será apresentador o Dr. David Carvalho, diretor artístico da Filandorra, com ilustrações cénicas dos seus autores, como se lê no convite enviado pelo presidente da Câmara. Diga-se que a primeira apresentação decorreu na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa, em Fevereiro e teve a presença do ex-primeiro ministro, Pedro Passos Coelho e, como apresentador, o também transmontano, o catedrático Ernesto Rodrigues. No mesmo convite lê-se que «serão atribuídos certificados de Narrador da Memória, pelo Centro de Estudos em Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a vários cidadãos do concelho de Vinhais, reconhecidos no âmbito do projeto Tesouros da Memória».

Pesquisando a origem dos certificados de «Narrador da Memória», fica-se a saber que o projeto de Inventariação do Património Cultural Imaterial da região duriense, vai na terceira edição e é coordenado pelo mesmo etnólogo, Alexandre Parafita, investigador do Centro de Estudos de Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O responsável afirmou à agência Lusa que os novos "Narradores da Memória" possuem entre os 61 e os 96 anos e são residentes nos concelhos de Vila Real e Sabrosa. Com estes novos "guardiães", eleva-se para 45 o número de diplomados que se espalham ainda pelos concelhos de Tabuaço, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor».

 A leitura desta explicação dá a conhecer que «os Guardiães da memória do Douro homenageados a 13 de dezembro, no Peso da Régua, no 1º de dezembro contadores de histórias recebem no dia 13 de dezembro, no Peso da Régua, o diploma de "Narrador da Memória", atribuído pelo Museu do Douro, no âmbito de um projeto de inventariação do património imaterial da região duriense.

 A entrega destes certificados, iniciativa inédita no país, pretende reconhecer o papel destes contadores, a maior parte dos quais idosos, na "transmissão às novas gerações da memória cultural da sua comunidade".

Em anotação do etnógrafo, lê-se que este trabalho já permitiu resgatar um número superior a 600 narrações orais, entre contos populares, lendas e mitos da região do Douro. Estas lendas e contos populares inventariados estavam em "risco de extinção". As histórias contadas por estes novos "porta-vozes da memória" foram compiladas no terceiro volume da obra "Património Imaterial do Douro", que vai ser lançado no decorrer do III Fórum do Património Imaterial do Douro, subordinado ao tema "Lugares de Memória, Rituais e Imaginário", que decorre a 13 de dezembro, na sede do museu, no Peso da Régua. Na obra, segundo Alexandre Parafita, "são revelados registos lendários de milagres, lugares de memória, crenças e superstições, atos de bruxaria e outros rituais diabólicos, inquietações de almas penadas, lobisomens e transfigurações do demónio".

O percurso curricular de Alexandre Parafita, pode deduzir-se desta narrativa que atribui ao jornalista, etnólogo, docente universitário e autor de mais de meia centena de obras que fazem dele um dos mais documentados autores portugueses.

 Lendas e Contos populares Transmontanos - tesouros da memória é o primeiro de uma mão cheia de outros volumes, com idêntica temática, a ser comprovada por «um vasto número de «Narradores da Memória. Bragança e Vinhais são dois concelhos Nordestinos que ocupam estas 270 páginas. 183 notas de rodapé, enriquecem esta obra dos «Ventos da História».

Num dos sábados de Março próximo a Casa de Trás-os-Montes do Porto será o palco ideal para assinalar, com a 3ª apresentação, os quarenta anos da existência.

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