Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Coesão territorial IV

As Vias de Comunicação, só por si, não é sinonimo de desenvolvimento mas, aproxima o Interior do Litoral e particularmente este à nossa Região e ainda nos aproxima da Europa das oportunidades.

Alguns Transmontanos, verbalizavam que, com a conclusão da A4, as assimetrias ficavam anuladas: não ficaram. Melhor seria e, hoje há mais adeptos a concordar que o IP4 corrigido, sem os “pontos negros”, devia se ter mantido e a A7 é que deveria ter chegado a Bragança, como defendeu a seu tempo a AURTAD. Estaríamos hoje mais perto do AVE, das Rias Baixas e da Europa.

A CIM-TT é uma associação, só de nove concelhos e não consegue falar a uma só voz (como seria num governo Regional com muitos mais concelhos?). Estes autarcas que a integram, não conseguem ter uma posição conjunta, a não ser reivindicar mais verbas indiscriminadas. É incompreensível a falta de visão, o não fazerem um esforço para compreenderem que é na complementaridade que está o progresso. O envolvimento na elaboração de projectos comuns Regionais, Inter-Concelhos e Transfronteiriços são primordiais para se poder promover o desenvolvimento, e a sensibilização do Governo da Nação e a UE. Esta posição de alguns autarcas, “políticos” a lutar pelo emprego, orientada na luta partidária e em proveito próprio, em detrimento do interesse regional, deveriam fazer um acto de contrição e disponibilizarem-se para alinharem com os bons exemplos dos seus pares. Não menos reprovável e aceitável é a subordinação, do Secretário Técnico Intermunicipal, órgão autónomo e estritamente técnico desta associação, que deveria ter uma afirmação, visão regional e distanciamento da política partidária.

Passando aos investimentos diferenciadores nas vias de comunicação, exigidos na nossa Região para a coesão territorial.

O Aeroporto Internacional do Interior Norte, sim este nome, porque seria o aeroporto da Região e não de Bragança. E tem de ser de passageiros e cargas, para criar emprego e investimento, em alternativa e complementaridade ao do Porto e não só, até ao de Madrid. E, sim à construção de um aeroporto de raiz este, deve ser preferencialmente no eixo da A4 numa área a definir, até ao cruzamento norte de Macedo de Cavaleiros (Monte de Morais? Amendoeira?). O Aeródromo de Bragança deve manter-se como e para as actuais funcionalidades. Exige-se visão de futuro e cultura regional.

A Ferrovia, não a podemos ver como uma miragem quando queremos o desenvolvimento, contrariar a lógica de não ser sustentável tem de ser o nosso combate.

A Navegabilidade do Douro é para melhorar, para transporte de mercadorias e turismo.

A ligação da A4 a Zamora ou a ligação da A4 à Puebla de Sanabria, não deve ser um ponto de discórdia, mas de unir esforços, venha uma e depois lutamos pela outra.

Ligações do IC5 a Espanha; de Bragança a Vinhais e Chaves; de Bragança a Vimioso; Macedo de Cavaleiros à Godinha; melhoria na M15, N220 e N221, não deve ser visto como um troféu do autarca que primeiro a consegue, por de lado a hierarquização da importância de cada uma e lutar por todas.

Ligação A4 e do IC5 ao Cachão seria uma prioridade para políticos visionários, pois o CAICA tem ser equacionado como uma das prioridades nos futuros investimentos na região.

É tempo dos Deputados da Nação, também eles, justificarem a eleição por este Distrito e concertadamente unir esforços para a concretização destes projectos. Ainda estão a tempo de em conjunto propor que estes investimentos a par de outros sejam incluídos no orçamento de estado, já para 2020. Mostrem que o Vosso discurso de campanha não foi exclusivamente de caça ao voto.

E nós transmontanos, somos capazes de castigar, com as nossas escolhas, os políticos que se condicionam às directrizes do partidarismo e premiar aqueles que sejam competentes e por em primeiro e lugar o Distrito? Fica o desafio.

5/12/2019

Baptista Jerónimo


Partilhar:

+ Crónicas