Ana Soares

Ana Soares

Com as autárquicas à porta…

Todos sabemos que, mais do que em quaisquer outras eleições, nas eleições autárquicas as pessoas que se candidatam têm mais peso. De facto, não é difícil encontrar quem, mesmo tendo um partido no qual é/foi militante, tenha já votado noutro numas eleições autárquicas, porventura de base ideológica bem diferente, porque o perfil da pessoa lhe merecia confiança. Eu faço parte deste grupo. E, com toda a sinceridade, não me arrependo.

No entanto, não basta – no meu entender – que as pessoas tenham uma história de vida que as releve para um patamar digno de confiança por parte dos eleitores. É, sem dúvida, essencial, mas seria conveniente ir bem mais além.

O que se tem assistido nestas eleições autárquicas a nível regional – e vou abster-me de comentar os fenómenos caricaturais que têm acontecido num prisma mais nacional – é a apresentação de nomes e, em muitos casos, pouco mais.

De um lado temos partidos que “lutam” por conseguir nomes que lhes permitam concorrer ao máximo de órgãos autárquicos possíveis, porque é importante picar o ponto e dizer “presente”. De outro lado, temos os partidos cujas máquinas estão oleadas e preparadas para que fazer as listas não seja um desafio, pelo menos no que diz respeito ao preenchimento dos lugares. Mas quando (e eu diria sempre) os nomes não bastam para decidir o sentido de voto, é importante mais, é necessário que se aposte no programa que – caso venha a ser eleito – se poria em prática.

Não tenhamos dúvida que se a actividade autárquica é sempre importante e muito relevante para a comunidade, em regiões do Interior como a nossa ganha particular preponderância. Desde logo pela sua função directa e pelo incremento de bem-estar que pode representar para as populações. Mas também pelo que pode influenciar indirectamente, através do jogo político que – não tenhamos falsas questões – é bem importante, havendo quem o saiba fazer, pelos resultados positivos que pode trazer para os conterrâneos… Aliás, faz parte da política e é importante que deixemos de ter vergonha em o afirmar e passemos a jogar - sempre limpo - mas com convicção.

Bem sei que poderíamos também discutir a fieldade dos programas quando comparado com o que é feito na prática. Um tema bem interessante e que nos daria pano para mangas... Mas essa ponderação é algo que todos nós podemos fazer. Venham de lá as ideias que a sua análise e possibilidade de concretização caberá a cada um de nós, eleitores, fazer…


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