Alexandre Parafita

Alexandre Parafita

Contar com o Douro

Com a sugestiva denominação “Contos d’OIRO… ContaDOUROs”, prepara-se a companhia de teatro FILANDORRA para lançar, na região do Douro Património Mundial, um audacioso projeto de animação cénica e cultural, sob os auspícios da Direção-Geral das Artes, em torno do lendário do vasto território duriense.

Neste singular desafio, destinado a aproximar gerações, desde o ensino pré-escolar e ensino básico, à população sénior das IPSS e Misericórdias, estão contemplados os municípios de Peso da Régua, Sabrosa, Cinfães, Resende, Mesão Frio, Sta Marta de Penaguião, Vila Real, Lamego, Armamar, Moimenta da Beira, Murça, Alijó, Sernancelhe, Penedono, S. João da Pesqueira, Carrazeda de Ansiães, Foz-Côa, Figueira de Castelo Rodrigo e Freixo de Espada à Cinta.

 Com o Douro, graças à marca da UNESCO, colocado nas rotas mundiais, atraindo riqueza, expansão vinícola e turismo (mais de 200 mil visitantes anualmente sobem e descem o rio), é agora o tempo de um Douro oculto, um Douro cultural, de gente, de memórias, um Douro antigo gravado no trabalho ciclópico de um povo que, ao longo de séculos, cinzelou as margens de um rio, moldou a própria natureza, dotando-a de uma beleza singular. Um Douro onde as histórias brotam da paisagem, como se os penedos fossem castelos e o rumorejar do rio e das ribeiras a voz das personagens.

 Esta aventura, de contar o Douro com o Douro, vai certamente contribuir para a autoestima das populações, valorizando os seus conhecimentos, os seus saberes ancestrais, as suas manifestações de cultura popular, e garanti-los como herança para as gerações vindouras. Porque a cada geração cabe a responsabilidade de passar à seguinte o seu testemunho, para que o fio da memória não seja quebrado.

Felicito a FILANDORRA por esta visão dinâmica do território. Dinamizá-lo através da Cultura é a melhor forma de honrar os seus valores e as suas gentes.

In JN (4--4-2024)



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