No ano passado morreram em Portugal mais de 3 mil pessoas vitimadas pela gripe comum, nestes últimos dois meses e meio morreram em todo o mundo pouco mais de 3 mil pessoas (3241 das quais 2981 na China e mais de 50 mil das 94750 infetadas já recuperaram), mas a acreditar na comunicação social alarmista parece que morreram milhões..
A disseminação do COVID-19 foi acompanhada, em todo o mundo, por certos surtos epidémicos de fake news, teorias da conspiração, ataques xenófobos e racistas. Infelizmente, a solidariedade foi banida do vocabulário como se viu esta semana com guardas gregos a dispararem sobre refugiados…
Já ninguém fala no vírus da fome que mata diariamente 8500 crianças por dia (24 mil mortes diárias no total), em virtude de desnutrição, talvez por não ser contagioso par as classes privilegiadas.
… e enquanto falam da epidemia esquecem que no mapa comparativo do PIB per capita, na EU, EM 2015 Portugal era 13º, 2016, 14º, 2017 era 15º, 2018 era 16º, 2019 será 17ª atrás da Eslovénia, Chipre, Eslováquia, Estónia e Lituânia faltando agora ser ultrapassado pela Grécia e Letónia atuais 18º e 19º…
Ora isto para maioria dos mortais significa que as políticas seguidas não estão a resultar e cito o meu amigo José António Salcedo “Perante evidências como esta, políticos inteligentes, responsáveis e orientados ao serviço público alterariam de imediato as políticas que têm vindo a conceber e executar para introduzir alterações importantes considerando reformas estruturais essenciais. Por exemplo, penalizando o consumo e despenalização o trabalho e o investimento. Por exemplo, diminuindo a peso do Estado na economia para libertar o potencial das pessoas e das empresas para criar valor. Por exemplo, atribuindo a Educação e à qualificação real dos cidadãos a importância estratégica que elas de facto têm para o desenvolvimento do país. Por exemplo, elevando significativamente os padrões éticos exigíveis à conduta de políticos, magistrados e gestores públicos. Por exemplo, transformando a Justiça num instrumento acessível a todos e garante da democracia. Por exemplo, combatendo a corrupção com o vigor de um desígnio nacional. O país precisa de uma nova geração de líderes que conheçam por experiência o valor do trabalho e que, sendo competentes e tendo ”responsabilidade” como um valor central da sua cultura, incluindo a sua dimensão ética, estejam orientados exclusivamente para o serviço público.”
Para este fim , como para o COVID-19 ainda não há vacina e este surto do corona irá abrandar a economia mundial de forma marcada (e a portuguesa (e a açoriana também), mais fragilizada, será duramente atingida por estar tão dependente do turismo…).
Chrys Chrystello, Jornalista, Membro Honorário Vitalício 297713 [Australian Journalists' Association MEAA]
Diário dos Açores (desde 2018) Diário de Trás-os-Montes (desde 2005) e Tribuna das Ilhas (desde 2019)
