Luis Guerra
Cruzando as fronteiras do pensamento
Com o título de “Crise e superação, cruzando as fronteiras do pensamento”, vai realizar-se nos próximos dias 28, 29 e 30 de abril, o 9º Simpósio do Centro Mundial de Estudos Humanistas.
Este evento cultural reúne participantes de cerca de 40 países e decorrerá sobretudo em formato virtual, através da plataforma informática Zoom, possibilitando a participação à distância a partir de qualquer parte do mundo. Paralelamente, haverá sessões presenciais no Parque de Estudo e Reflexão Attigliano, em Itália, mas que serão também transmitidas pela referida aplicação informática.
No total, o simpósio acolherá mais de 90 atividades, distribuídas por doze eixos temáticos (Direitos Humanos; Não-Violência; Desarmamento; Crise Climática e Ecologia Social; Economia e Sociedade; Questões de Género e Feminismos; Consciência e Mundo; Espiritualidade e Transcendência; Comunicação no Século XXI; e Povos Indígenas e Movimentos de Descolonização), tendo como línguas de trabalho o português, o espanhol, o italiano, o francês e o inglês, como resulta do respetivo programa, que pode ser consultado em http://2023.worldsymposium.org/pt/program
No que respeita às atividades em língua portuguesa, haverá dois colóquios e três conferências. Assim, no sábado, dia 28 de abril, às 11h, António Pedro Dores e Marco Ribeiro Henriques, docentes universitários, falarão sobre “Direitos Humanos e Sistemas Penais”, a que se seguirá, às 16.30h, a deputada humanista angolana Florbela Malaquias, que abordará o tema “Género e Feminismos em Angola”, terminando o dia com o investigador brasileiro Allan Rodrigues Ferreira, que irá palestrar sobre “A consciência é a parte ínfima e pior da psique”.
Já no domingo, dia 30 de abril, pelas 17.30h, terei o gosto de partilhar um colóquio com a minha colega Elisa Sampaio, subordinado ao tema “Direitos Humanos e Prática Judiciária”, posto o que, às 22.30h, a investigadora brasileira Cristiane Prudenciano falará sobre “Mulheres e Não-Violência: Contribuições do Movimento Sufragista”.
Em qualquer caso, haverá tradução simultânea de muitas das atividades para português, sendo certo, em qualquer caso, que a língua maioritária será o espanhol, que é, no geral, compreensível para os lusófonos.
No que respeita aos objetivos do simpósio, pode ler-se no respetivo enquadramento:
“(…) Na procura de soluções para a crise atual, enfrentamo-nos com certos limites. Limites ou fronteiras da nossa mente. É necessário refletir sobre eles. A crise acelera-se e os atores sociais polarizam-se: surgem formas obscurantistas, irracionais e violentas, que competem entre si.
Quais são os limites, onde estão e como impedem o ser humano de crescer e evoluir? Quais são as suas origens? Como se manifestam? O que podemos fazer para os superar? Será por acaso a própria conceção do Ser Humano a que limita as possibilidades de crescimento e desenvolvimento? Para encontrar “saídas criativas” é necessário fazer um esforço no sentido de superar os limites que nos impedem de pensar com alguma liberdade.
Nos distintos campos de ação, nas diferentes disciplinas da atividade humana e do saber, dá-se a mesma conjuntura: o que se tem feito até agora para superar a crise tem sido ineficaz ou insuficiente, mas para encontrar novas respostas, é preciso abrir a consciência à consideração de novas possibilidades. Tudo começa por aí, por essa abertura da consciência… esse é o caminho a percorrer, ao encontro de novas regiões do pensar… que depois se converterão em imagens concretas de ação e talvez nas novas propostas de uma mudança necessária que há de vir (…)”.
Há, portanto, muitas e boas razões para assistir a este simpósio, que servirá certamente para estimular o pensamento e ajudar a desbravar os caminhos que a humanidade precisa de percorrer para superar a crise atual e construir o futuro desejado.
A participação no simpósio é livre, mas sujeita a inscrição. Todas as informações a respeito deste evento, assim como as inscrições no mesmo, estão acessíveis em http://worldsymposium.org/pt
Pela minha parte, participarei neste simpósio com o compromisso e o entusiasmo de contribuir, de alguma forma, para a humanização do nosso mundo, partilhando descobrimentos, compreensões e conclusões que, partindo do registo da própria experiência, têm a virtualidade de poder interessar a toda a gente, independentemente do lugar e da situação em que se encontrem.
Assim, espero poder encontrar os meus leitores neste espaço virtual de confluência entre tantos indivíduos que se dispõem a participar no esforço coletivo de construir outra realidade, baseada nas melhores aspirações do ser humano. E abril é certamente um mês inspirador nesse sentido.
Luís Filipe Guerra