Teresa A. Ferreira
Da Terra ao Céu, lá vou eu
Já vos aconteceu dormir mal na ânsia de chegar cedo a algo, que há muito vos desperta e chama?
Foi o que me aconteceu no sábado passado.
Parti de Lisboa com o meu filho mais velho, ajuda preciosa para esta mãe que vai acumulando algumas mazelas físicas, em busca da concretização de um sonho - ver a Serra de Passos / Santa Comba / Garraia, através da sapiência dos guias que amavelmente responderam às inúmeras questões que brotavam como água fresca das fontes.
À medida que subíamos a Serra, era-nos explicado algo que escutávamos com toda a atenção. O terreno quartzítico, a flora…uma aula viva irrepetível.
Sabiam que a Serra tem plantas raríssimas, algumas com 7 mil anos, como é o caso da mãe da aveia e a Koeleria Hispânica? Naquele período, quem por ali vivia misturava as sementes para produzir outras.
O Professor Doutor António Crespí, Botânico da UTAD, foi-nos explicando a “sopa” que ali se criou com a miscigenação das plantas.
Temos na Serra de Passos um Museu Botânico para visitarmos e nós, às cegas com tamanho legado, nem lhe damos o devido valor. Algumas plantas foram trazidas pelo ser humano e outras são espécies autóctones. O solo é esquelético, negro, húmido e muito rico. Qualquer planta que aqui se plante irá resistir. É bom para a Serra a mistura de plantas e inclusive a redundância com que se reproduzem e espalham.
Deixo-vos com António Crespí e o seu imenso saber e uma pergunta no ar:
- Quem habitou a Serra, de que forma (temporária ou permanente), em que época e com que fim?
As pinturas rupestres que observámos ao longo do percurso foram a cereja no topo do bolo.
“Há dias felizes”, título de uma obra poética minha, encaixa na perfeição para esta visita à Serra. Quero lá voltar uma e outra e muitas vezes. Quero absorver o máximo possível do tanto que a Serra tem para nos mostrar.
© 𝑻𝒆𝒓𝒆𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝑨𝒎𝒑𝒂𝒓𝒐 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂, 06-06-2023
𝙉𝙖𝙩𝙪𝙧𝙖𝙡 𝙙𝙚 𝙏𝙤𝙧𝙧𝙚 𝙙𝙚 𝘿𝙤𝙣𝙖 𝘾𝙝𝙖𝙢𝙖,
Mirandela, Bragança, Portugal.