Chrys Chrystello
É o fim do mundo que conhecíamos
crónica 168, 9 novembro 2016. é o fim do mundo que conhecíamos
https://www.youtube.com/watch?v=c_anYpBqfbc
R.E.M. It's the end of the world as we know it (and i feel fine) - YouTube
R.E.M. @ Perfect Square
YOUTUBE.COM
Em tempos não muito afastados escrevi em prosa na ChrónicAçores, uma circum-navegação. Dois volumes num total de quase 800 páginas.
Embora muita coisa de má se pudesse prever ali, não, nunca, este novo Presidente dos EUA não era uma delas.
Escapei ao terramoto de 1906 em São Francisco, ao afundar do Titanic em 1912, à gripe de 1919, ao incêndio do dirigível Hindenburg, ao Holocausto e às atrocidades da 2ª grande guerra
Assisti a dias negros na minha vida, uma Guerra da Coreia da qual nem me apercebi dada a tenra idade, o fim da primavera de Praga e o esmagar do sonho democrático da Hungria, os assassinatos dos Kennedy (JFK em 1963 e Robert em 1968), o assassinato de Martin Luther King em abril 1968, o genocídio do Biafra, a guerra do Vietname, a guerra colonial, o ciclone Tracy em Darwin na noite de natal 1974, , a destituição em 1975 do governo democraticamente eleito de Gough Whitlam na Austrália pelo governador-geral a mando da CIA, a invasão de Timor pela Indonésia em 7/12/1975, os reféns na embaixada em Teerão e o desastre nuclear de Three Mile Island em 1979, o assassinato de John Lennon em 1980, o desastre de Chernobyl em 1986 e tantos outros episódios…há muitos anos (em 2005 ou 2006) escrevi que estávamos a retroceder aos tempos da Revolução Industrial, o nazismo avassalador ameaçava o mundo com a desintegração latente da Europa e dos valores humanistas que a construíram em meados do século passado.
Nunca em momento algum das minhas predições malignas sobre o futuro esperei, no entanto, que a revolução retrógrada ocorresse nos meus dias, e ela aí está. Se Reagan e Thatcher me pareciam maus na época nem tenho adjetivos para qualificar Trump, tudo o que ele representa em conjunto com mais de 56 milhões de misóginos, racistas, xenófobos, sexistas, neonazis, supremacistas brancos, KKK (Ku Klux Klan), anti-LGB, neofascistas, ignorantes, irresponsáveis, iletrados. Peões cegos, seguindo o flautista de Hamelin. Os norte-americanos votaram num louco, racista, xenófobo, reles, ordinário. Se Hitler, que foi democraticamente eleito pelo povo, era um dos piores indivíduos que já nasceu – mas, pelo menos – tinha objetivos e ideias bem fundamentadas do que queria, este burgesso narcisista não tem conhecimentos nem inteligência suficiente para objetivo algum, além do retrocesso civilizacional. Há 27 anos caía o muro de Berlim hoje nasce o muro Trump, presidente nº 45 dos EUA. O mundo pensava-se que não podia piorar, mas isto é apenas o começo. Agora só se salva se a rainha Isabel II da Inglaterra terminar com os 240 anos da experiência norte-americana e reintegrar os EUA no Reino Unido… Trump é uma vergonha para qualquer país e um desastre de graves consequências. A Democracia, o Estado de Direito e os Direitos Humanos não são valores assegurados para sempre. É necessário continuar a defendê-los e a preservá-los!
Marine Le Pen foi a primeira a dar os parabéns a Trump enquanto aguarda a sua vez de tomar posse no Eliseu. Se o mundo já era perigoso, a partir de 20 de janeiro, data da posse de Trump, vai ficar EXPLOSIVO. Será que a Europa tem consciência disto? Parafraseando José Ribeiro e Castro “Agora, a Europa e os europeus que se façam à vida, pois o guarda-chuva americano irá provavelmente acabar”. José Luís Peixoto afirma “Venceu o Ku Klux Klan. O futuro tornou-se mais assustador. O ódio é gasolina: dá energia, incendeia e envenena.” Avisava Stevie Wonder “eleger Trump é como me porem a guiar um carro”. O mundo caminha rapidamente para um abismo e não há nada que eu possa fazer. Mas não sei como explicar isto aos meus filhos. Putin deu os parabéns satisfeito, por ter agora um líder na Casa Branca que - pensa ele – pode vir a manipular. Será? Com um louco destes em cada lado nunca se sabe como isto vai Acabar e ambos podem carregar no botão mágico do “DELETE EARTH”.
autor desconhecido
autor desconhecido