António Bob Santos

António Bob Santos

Economia Circular

 

Foram esta semana aprovadas pelo Governo um conjunto de iniciativas na área da chamada “economia circular”, que podem ter um impacto significativo sobre as regiões do interior e mais desfavorecidas economicamente. Como economia circular entende-se um modelo de organização económica sustentável, onde a reutilização, a reparação, a renovação e a reciclagem de materiais e recursos são partes integrantes. Significa isto que o que antes era considerado um resíduo pode agora ser considerado um potencial recurso, com impactos económicos e ambientais.

Entre as medidas aprovadas pelo Governo destaque-se as dirigidas para as zonas de menor densidade populacional, como é o caso da região transmontana. Por exemplo, nas águas, está prevista uma maior integração dos sistemas de abastecimento, com recurso aos fundos comunitários disponíveis (nomeadamente o POSEUR, do Portugal 2020). Nas áreas protegidas (que representam 22% do território nacional), serão lançados programas-piloto para uma maior gestão descentralizada, com o envolvimento ativo das autarquias e entidades locais. Também na mobilidade sustentável foram aprovadas iniciativas importantes. Após o abandono do programa de mobilidade eléctrica nos últimos quatro anos, propõe-se agora expandir a rede de carregamento de veículos eléctricos a todos os concelhos. Significa isto que poderemos, por exemplo, efetuar uma viagem entre Faro e Bragança num carro elétrico ou realizar as nossas rotinas diárias no território transmontano desta forma. Para quem se desloca frequentemente entre o eixo Bragança-Macedo de Cavaleiros-Mirandela-Murça-Vila Real, um carro elétrico passa a ser uma opção viável, quer em termos económicos, ambientais e mesmo de tempo de deslocação. A mobilidade eléctrica vai também ser alargada aos serviços ambientais da responsabilidade dos municípios, como na recolha de resíduos (onde já existem alguns exemplos municipais), através de um investimento público de 20 milhões de euros.

A concretização destas prioridades é facilitada pela sua inclusão nos Planos de Mobilidade Urbana Sustentável e nos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano, os quais os municípios transmontanos e as Comunidades Intermunicipais (CIM) da região estão envolvidos (nomeadamente as CIM das Terras de Trás-os-Montes, a do Douro e a do Alto Tâmega). Trata-se, portanto, de uma oportunidade para a valorização das atividades da região e de promover uma maior sustentabilidade e eficiência na gestão dos recursos existentes.

 

 


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