Batista Jerónimo
Entre o sofá e o terreno?
Nos últimos anos, assistimos a uma ausência generalizada do interesse público na política partidária. Mesmo os militantes socialistas, uns por opção, têm estado fora dos órgãos do PS tanto da Concelhia como da Federação, por entenderem que servem melhor o Concelho e o Distrito, outros por desencanto com os líderes, não fazem militância participativa. Estes, nalguns casos, quando solicitados, disponibilizam-se, na tentativa de arranjar alternativa ao poder autárquico PSD em Bragança e nas eleições nacionais por acreditar que só um governo de valores socialista serve as pessoas. Olvidam-se que o PS é dos militantes, para e só, servir as pessoas. Os socialistas, são obrigatoriamente confessos cépticos das políticas liberais e contra as (ausência) políticas extremistas.
Sim, o PS só pode continuar as políticas sociais como, defender o SNS, o ensino para todos, a manutenção dos estabilizadores automáticos, a liberdade, igualdade e solidariedade com os resultados agregados das Freguesias, Concelhos, Distritos e Regiões Autónomas, o voto de cada tem o mesmo valor que o de qualquer outro, todos somos importantes, todos somamos, na justa medida e dimensão.
Os ataques inqualificáveis ao governo, à margem da governação, porque para esta não têm argumentos, leva-nos a termos de criar sinergias para enunciarmos reiteradamente os resultados derivados da governação seja no aumento superior a 80% do salário mínimo em sete anos, creches gratuitas, a resistência do SNS ao ataque dos privados, o aumento dos estudantes no ensino superior, a forma como o governo acompanhou os portugueses no covid e agora na inflação que caminha a passos largos para a inflação esperada, o desempenho económico de causar inveja na UE e em muitos outros domínios, o desemprego a atingir o pleno emprego, será sempre um orgulho para os verdadeiros socialistas. Não vai longe o tempo que sofríamos os cortes brutais.
Está tudo feito? Está tudo bem? Claro que não ou, porque as ambições são legítimas por mais e melhor ou, porque os humanos erram, nem está tudo feito, nem tudo bem, mas vamos no bom caminho.
Estamos no tempo de novas dinâmicas, de independência ao poder, autodeterminação Distrital nas nomeações políticas, afirmação de valores socialistas, lembrando o histórico dos resultados de como governar para as pessoas, dar espaço de crescimento aos jovens, formação de quadros, imposição normal da meritocracia, de chamar ao PS os militantes e simpatizantes, de lutar pelas causas Concelhias, Distritais, Nacionais e Europeias, para tal, exigem-se outros actores com competências e capacidades para as causas reconhecidas e exigidas da população.
É muito provável que venha a haver eleições internas no PS (Concelhias e Federativas) no início de 2024 para acerto de calendário. Os eleitos vão ter à sua responsabilidade as eleições europeias e as autárquicas com necessidade de trabalho exigente e de qualidade.
Pela responsabilidade imputada aos órgãos a serem eleitos, pelo contributo obrigatório para com o governo, mantendo a independência de uma voz crítica interna e externa, reivindicação Distrital, defesa dos valores socialistas, é obrigatório que todos os militantes e simpatizantes deixem o sofá, vão para o terreno e assumam o compromisso de se disponibilizarem incondicionalmente à responsabilidade que, onde e como, possam assumir o papel empenhado dar o seu contribuindo para as vitórias imprescindíveis ao desenvolvimento sustentado que o País está a dar sinais.
A vitória épica nas legislativas/22 no Distrito tem obrigatoriamente de ter consequências nas reivindicações legítimas ao governo central e levar-nos a servir melhor os Concelhos pela governação socialista ganhando as próximas eleições autárquicas.
O tempo é de confiança na maioria eleita democraticamente e no final da legislatura o povo, sendo soberano, julgará.
Baptista Jerónimo, 23/05/23