Teresa A. Ferreira
Estórias à lareira: Pedro Perdiz
- Bom dia, Pedro!
- Bons dias, nos dê Deus, ti Anastácio!
- Onde levas o gado?
- Vou por aí acima, a ver se chego à terra das três mentiras. O ti Justino disse-me que tem lá bom pasto.
- Fazes bem. Depois, leva-o às minhas terras da Fonte Ferreira. Sempre ficam estrumadas, o gado bem alimentado e cortam o mato. É um perigo à conta dos incêndios!
- Fique descansado, ti Anastácio.
- Então vai lá, rapaz. Aproveita o sol. Até logo!
- Fique com Deus.
“Sempre uma joia de rapaz.” - dizia para si, ti Anastácio, enquanto se afastava.
Levando o indicador e o polegar à boca, assobiava aos cães para reunirem o rebanho. Obedientes, circundavam as ovelhas e faziam-nas seguir pelo canelho adentro, listas e juntas como se soubessem o caminho de cor e salteado. O Janeca, mais velho dos quatro, era um verdadeiro cão de gado Transmontano. Corpulento, sagaz, dócil, obediente, firme, mantinha-a unidas e orientava os outros cães. Dava gosto vê-lo conduzir as operações. Assim que o Pedro dava o sinal - muito aprumado, qual General no seu posto! –, o Janeca soltava uns latidos e, num ápice, os cães conduziam o gado para dentro do redil. Era impressionante observar a habilidade destes animais.
Além de pastor, era um exímio tocador de flauta pastoril. Aprendera sozinho entretido com as ovelhas. Quando se punha a tocar, os passarinhos poisavam nos ramos das árvores para o acompanhar. Não sabia uma nota de música. Mas…não se ficava por aqui. Trazia uns alforges ao ombro e, lá dentro, além da merenda, vinha um livro, um pequeno caderno e um lápis que afiava com a navalha de bolso. Adorava ler enquanto as ovelhas pastavam. Uma prima que morava no Porto, quando ia de férias, levava-lhe livros que já lera. Nestas bandas não era fácil encontrá-los. Às vezes, aparecia a carrinha da Gulbenkian. Pouca sorte tinha! Nessas horas, andava bem longe com o gado. Tinha vezes em que lhe dava para tirar o caderno e punha-se a escrever, verso após verso, num ritmo frenético como quem compõem uma área musical. Lia o poema em voz alta; voltava a relê-lo, noutro tom; pegava na flauta e começava a tocar como se estivesse a procurar uma melodia para o poema; dava voltas e mais voltas; deitava-se no lameiro à procura de respostas no azul do céu, que olhava fixamente; e…estremunhado, acordava do torpor em que se deixara cair, quando o tilintar dos chocalhos se fazia mais intenso. Dava um pulo e, num relance, cobria com o olhar todos os animais.
- Janeca?! Anda cá, lindo. – tirava a merenda dos alforges, cortava um cibo de toucinho e, estendendo a mão, dava-lhe à boca. Ele abria aquela enorme bocarra e…zás! Parecia que nem lhe tomava o gosto. Ficava sentado a lamber os beiços, esticando a enorme língua, a esperar ordens. E elas vinham…
- Deixei-me voar…. O costume, bem o sabe. E tu, tomaste conta do recado?
Batendo com a pata direita no chão, anuía. Só lhe faltava falar. Que animal tão inteligente.
- Ainda bem. – dava-lhe um afago na cabeça e ele pulava de contente, num rodopio de fascinação.
- Vamos merendar e depois regressamos.
Quando entravam nas cercanias de Terras de Dama um grupo de rapazolas, liderado por Vítor Estancio, assomou-se-lhe ao caminho:
- Pedro Perdiz!...tira as carranhas do nariz.
Fingindo não ser nada com ele - a tolos não se dá conversa -, continuava o seu percurso remoendo entre dentes:
- Filho duma égua desmiolada. Nem sabe de quem é filho, e anda para aí a cantar de galo! O resto…?! Cães sarnentos da mesma matilha. Ai, cala-te boca bem caladinha! Se o padre João soubesse o que vejo, em vez do que lhe queiram contar, muito se arrepiaria o pobre homem. Estou em crer que dava em louco.
Nisto, soltava um assobio para o Janeca pôr ordem no rebanho – há que fazer cuidado com os carros que passam.
Diante da casa da Albertina, dava-lhe as boas horas e desprendia um sorriso de afago - como se a beijasse inteiramente -, ao que a pequena correspondia. Nutria pela moça um amor não declarado, devido à sua condição de pastor. Ela, de família abastada, estudava para professora em terras brigantinas. Vinha à terra quando podia.
O Pedro tinha pena da sua condição humilde, de terem-lhe cortadas as pernas.
– Rapaz de excelência! - afirmava a Professora Dona Alice após o exame da quarta classe. – Uma pena que os pais não o mandem estudar. Seria o que ele quisesse: Engenheiro, Doutor, Juiz ou Professor. Mas são pobres, e não têm parentes que lhe deitem a mão.
Jurara que havia de mudar de vida, e, se a Albertina soubesse esperar, casaria com ela.
Os poemas que escrevia, enviava-os à prima Margarida para publicar num jornal do Porto. Pagavam-lhe uns trocos, é verdade, mas não era o mais importante, ia fazendo nome.
Quanto ao nome…. Usava o pseudónimo Francisco Montês. E que bem lhe assentava. Gradualmente, começava a ser falado nos círculos mais elitistas do Porto.
Uma editora, não sabendo quem era Francisco Montês, contactou o jornal para uma reunião. Dessa conversa, surgiu o interesse em reunir os poemas num livro e assumiam os custos de publicá-lo.
Margarida, numa euforia, enviou uma missiva ao primo, relatando a boa-nova e pondo-se à disposição. Trocavam, quase diariamente, cartas para acertar as agulhas. Havia que ir ao Porto – há certos pormenores que é necessário decidir in loco. Mas como? Quem cuidaria do rebanho na sua ausência? O pai? Velho e sem forças. A mãe? Pobre da mãe! Com cinco filhos pequenos. Parentes ou amigos? Não se lembrava de nenhum a quem pudesse incumbir tal função. Era nesta impaciência que andava a matutar, adiando a ida ao Porto.
Já perto de casa, havia um burburinho tal que não resistiu a deitar-lhe o olho. Duas vizinhas desavindas à conta do marido de uma que tinha fama e proveito de putanheiro. Um biganau descarado.
Meteu as ovelhas na curriça e subiu as escadas que o conduziam a casa. Por baixo, era a loja do burro, a adega, uns arrumos e pouco mais.
- Boas noites, minha mãe! – desprendia-lhe um beijo na testa ao qual ela correspondia com outro na face.
- Boas noites, meu filho! Tens carta da Margarida, bem sabes que não sei ler, mas conheço a letra.
Pegando no envelope, depositado em cima da mesa da cozinha, abria-o com cuidado para ler a carta. Chegou-se perto da lareira, onde estavam potes de comida a fazer e uma caldeira cheia de água a ferver. Sentou-se no escano para descansar as pernas e aquecer-se.
- Então o que diz a pequena?
- O costume, minha mãe, que tenho de ir ao Porto resolver as questões com a editora.
- Pois é! Falar não custa! O pior é ter condições para lá chegar.
Entravam as crianças na cozinha, numa correria estonteante, para ouvirem as histórias do irmão mais velho – tinha sempre alguma para os entreter, enquanto a mãe terminava de fazer o jantar.
- Onde anda o meu pai?
- Foi ao cabanal buscar mais lenha. Não te cruzaste com ele?
- Não. Por acaso, não. Quer que vá saber dele?
- Já deve estar a chegar. Foi há pouco. – com a colher de pau, mexia o caldo verde que fervia no pote à lareira.
- Anda cá, Inês. A menina mais linda que Deus fez! – e, pegando-lhe ao colo, cobria-a de beijos e abraços.
- Deixa para lá os garotos e vai lavar-te. Leva essa água quente, meu filho. Já me esquecia! O senhor padre João espera-te para a ceia. Mandou recado pelo garoto da Palmira. Tens roupa lavada aos pés da cama. Vai lá, não faças esperar o senhor padre. É tão nosso amigo…
- Sim, minha mãe. – pousou a irmãzita no chão e foi cuidar de se preparar.
Num instante, apresentou-se lavado e vestido na cozinha onde a família se encontrava sentada ao redor da mesa.
- A sua bênção, minha mãe?
- Estás tão bonito, meu rico filho. Vai lá e que Deus te abençoe. Dá lembranças ao senhor padre e à menina Joana. O que seria daquele homem sem a irmã para cuidar dele?!
- Aperta a samarra, rapaz. A noite está brava. – recomendava o pai. - Dá um abraço ao senhor padre e diz-lhe que qualquer dia lhe faço uma visita.
- As recomendações serão entregues.
A noite prometia! As pedras da calçada brilhavam com a humidade, o frio entranhava-se no corpo como facas afiadas nas mãos do talhante, o nevoeiro descia…batiam as sete da noite no relógio da torre da igreja. Era inverno! Bem se sabe da receita, que se repete, ano após ano.
- Ó da casa! – batia as palmas.
- Entre quem é!
- Ora com a vossa licença…boa noite, menina Joana! Boa noite, senhor padre João!
- Boas noites, nos dê Deus!
- Chega cá esses ossos, rapaz, quero dar-te um abraço! Estás mais magro ou é impressão minha? Aquece-te, aí ao lume! Vens mais gelado que a água do meu poço. E os teus pais, como estão?
- Estão bem, senhor padre. Mandam recomendações. O meu pai diz que qualquer dia lhe faz uma visita.
- Cá o espero, diz-lhe.
- Venham para a mesa, se fazem o favor. – dizia a menina Joana com a delicadeza e o sorriso que sempre tivera. Senhora virtuosa, amiga de ajudar todos quantos lhe batessem à porta.
- Dá-me o teu prato, para te servir, meu filho. Sempre o mesmo envergonhado…
A menina Joana cuidava de tudo e todos - com tanto zelo -, como uma matriarca.
A conversa evoluía a pontos de tocar na base angular da questão, que há muito remoía a cabeça ao Pedro. Margarida, vendo que não havia meios de o primo aparecer no Porto, escrevera ao padre João pondo-o ao corrente da situação.
- Sabes porque pedi que viesses jantar connosco?
- Não tenho ido à missa, bem o sei. Ando em falta, quando me dá tanto gosto escutar as suas pregações… Mas o gado…
- Pois é aí que quero chegar, ao gado.
- Diga então, senhor padre.
- A tua prima Margarida escreveu-me e pôs-me ao corrente de tudo. Bom…. Ando a matutar na questão e acho que consigo ajudar-te.
Pedro arregalava os olhos, redobrando a atenção à conversa.
- Lembras-te do ti Miguel? O pai da Maria Arminda, aquela pequena que andou contigo na catequese?
- Sim, sei quem é.
- O homem não tem muito com que se ocupar. Às vezes, dou-lhe que fazer aqui na quinta para ver se anda mais animado…e sempre recebe uns trocos. O dinheiro faz sempre jeito.
- Senhor padre João: acha que ele aceitaria tamanha responsabilidade?
- Não sei se aceita, mas sabe dar conta do recado. Descobri, por portas e travessas, que em tempos foi pastor. Fala com ele, rapaz! O não está garantido, mas podes receber um sim. Vai por mim e não desistas dos teus sonhos. Escreves tão bem! Trazes algum poema na algibeira?
- Por acaso trago, senhor padre. Não sei se terá muito valor…
- Sem no-lo leres, não saberemos.
- Foi coisa que alinhavei hoje de tarde.
- Lê-o, se fazes o favor.
ANGELICAL PRINCESA
Doce sentir em perfume;
Flores viçosas, seu vestir;
Espelho d’água, a espargir
Beleza nua, o Tua assume.
Oh, angelical Princesa!
- Que em mil cores brilhas -,
Dê-nos sua luz e maravilhas,
Do seu sangue jorra nobreza.
Pudesse sorver a sua alma;
Vestir a sua luz e encanto;
Menina…enlace-me no manto;
Senhora…embale-me na calma.
Neste remanso dormitar…
Aconchego de mãe, candura;
Se faz a minha ternura,
Sereno e leve marejar.
- Bravo, Pedro! Bravo! É tão bonito! – exclamava a menina Joana.
- Sabes ajeitar-te com as palavras. Está muito bonito e bem construído. Os meus parabéns!
- Eu não disse, mano João?! O nosso Pedro é um Pastor de Sonhos. Ai se eu fosse moça…caia-te aos pés para me leres todos os poemas.
- Ó, mana Joana!
- Diz-me lá que o rapaz não tem mérito?
- Todo. E é por isso que conversamos. Mas a mana não precisa de pôr-se a delirar.
- Para que servem os Poetas, mano João, se não é para nos fazer delirar?
- Bom…. Em que ponto ficámos? – questionava o padre João.
- Há que ganhar coragem, pôr pernas ao caminho e ir de coração aberto para a resposta que há de vir. Não tenhas medo, Pedro. Vai, o quanto antes, falar com o ti Miguel.
- Ouviste, a mana, Pedro? Já sabes o que tens a fazer.
- Fiz uma sobremesa…
- E não querem que eu peque?! Depois, atiram-me à cara que estou gordo.
- Uma fatiazinha de pudim de ovos com vinho do porto…não será por aí…
- Um homem não é de ferro, e um padre não deixa de ser homem.
Todos riam porque já conheciam a cantiga do padre João. Fazia-se difícil, mas estava sempre pronto para um bom repasto.
Terminado o jantar, regressou a casa mais animado. Subiu a gola da samarra, para aconchegar o pescoço e as orelhas, e caminhou a passos largos que a geada já se fazia sentir.
No dia seguinte, mal acordou, pediu à mãe para mandar um dos irmãos levar um recado ao ti Miguel: - Quando pudesse fosse lá a casa. - e foi com o gado para o campo.
Quando chegou com o gado, acomodou-o e subiu a casa – fora avisado de que tinha o ti Miguel à espera.
- Boas noites, ti Miguel! Está bonzinho?
- Boas noites, meu rapaz! Cá vou indo como Deus quer.
- Não lhe quero fazer perder muito tempo com conversa, e vou direto ao assunto.
- Diz, lá, então?
- Preciso de tirar três ou quatro dias para ir ao Porto tratar de uns assuntos, que ninguém pode resolver por mim, mas tenho a questão do gado. Não posso entregá-lo nas mãos de qualquer um – não é verdade?
- Lá isso…tens razão. Chegavam à curriça com menos ovelhas do que as que levaram.
- Ainda bem que me compreende.
- Há certas coisas que não são para as mãos de qualquer um – isto no meu modo de ver.
- E tem razão. O senhor padre João, vendo-me nesta situação, fez-me boas referências suas: que podia confiar, era a pessoa certa, sabia dar conta do recado…
- Pois…
- Vá lá, ti Miguel, se não fosse um assunto tão importante não estava aqui a incomodá-lo. O que me diz?
- Está bem rapaz. Conta comigo. Amanhã cedo estou aqui, para me pores ao corrente de tudo e vamos os dois com o gado. Os animais precisam de conhecer o meu cheiro, a voz, o meu jeito de lidar com eles…
- E quanto ao pagamento, se achar bem, escolhe dois cordeiros e leva uns queijos que a mãe faz como ninguém nas redondezas.
- Não há por aqui quem não fale bem dos vossos queijos. Está tudo certo, não te preocupes.
- Quer cear connosco? Onde comem oito, comem nove. É só por mais um prato na mesa.
- Muito agradecido, mas desta vez não dá. Tenho a janta à espera, não avisei.
- Então estamos combinados.
- Boas noites aos senhores! Até amanhã, Pedro.
- Vá com Deus, ti Miguel. Boa noite e dê lembranças às senhoras.
- Serão entregues.
- Deus ouviu as minhas orações, Pedro. – dizia a mãe enquanto o abraçava cheia de carinho e amor. – Meninos, para a mesa, venham lá.
Tudo se encaminhava bem com o ti Miguel. Dali por quatro dias, o Pedro apanhava a carreira até à estação do comboio e daí seguiu para o Porto. A prima Margarida esperava-o na estação de São Bento.
- Pedro! Dá cá um abraço, Senhor Poeta! Meu querido primo. Fizeste boa viagem?
- Margarida…nunca pensei que este dia fosse chegar. A viagem, já sabes, é uma eternidade. Aproveitei para escrever e pensar na vida.
- E tu sabes fazer outra coisa?
- Então não sou pastor?
- Oh, meu querido pastor! Tão mal empregue.
- Não tenhas pena de mim. Gosto de ser pastor de ovelhas e de sonhos.
- Anda daí. Apanhamos um autocarro até casa. Deves estar cheio de fome e cansado.
- Fome? Com a tua tia? Nem pensar. Ela continua a fazer manjares com um molho de couves e duas batatas. Quanto ao cansaço…. Tens razão. Vamos lá apanhar o autocarro, que na minha terra tem outro nome "carreira".
Seguiam de braço dado e riam a bom rir com as modas do Porto.
- Amanhã, de manhã, vamos à editora. Estão à tua espera. Almoçamos na baixa e, depois, vamos ao jornal. Querem conhecer o Francisco Montês, mon cher cousin Poète.
- Assim deixas-me sem jeito, Margarida.
- Conta-me da vida lá da terra? A Albertina…
- Nem sonhes com a Albertina. A família dela é toda cheia de nove horas, abastada, criados não lhe faltam, será professora…
- E tu serás um Poeta famoso.
- Um poeta, para crescer, precisa de ver mundos novos, de ter muito mais contacto com a cultura, de trocar opiniões com outros poetas…. E eu só tenho os cães e as ovelhas!
- Um passo de cada vez, Pedro Perdiz. Já deste um grande passo, estás aqui. O resto, com resiliência, há de chegar.
Acertaram todos os pormenores com a editora. Foram dias intensos de reuniões para que a obra fosse impactante. O editor estava determinado a fazer do jovem poeta um nome sonante e não se poupou a esforços, pôs toda a equipa a trabalhar nesse sentido.
Quanto ao Diretor do jornal…. Só não caiu da cadeira, quando à sua frente se lhe apresentou um rapaz simples e humilde, porque estava sentado. No final, ficou rendido aos encantos do seu jovem poeta e pastor. Como podia, um rapaz com tão pouca instrução, escrever daquela maneira?! Que valente surpresa tivera.
A obra saiu e foi um êxito. Ganhou vários prémios literários.
Pedro continuou a apascentar o rebanho e a escrever. O dinheiro que recebia, de direitos de autor, dava-o à mãe para ajudar nas despesas da família.
Um ano depois, apresentava o segundo livro de poemas. Sucesso retumbante.
Albertina tinha as duas obras, oferecidas por Pedro, com dedicatórias. Lia e relia cada poema, cada vez mais apaixonada pelo Poeta e por Pedro Perdiz. Mostrava os livros à mãe e ao pai, que, incrédulos, não concebiam como pudera brotar, de tão singela criatura, poesia tão bonita.
© 𝑻𝒆𝒓𝒆𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝑨𝒎𝒑𝒂𝒓𝒐 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂, 09-02-2023
Natural de Torre de Dona Chama,
Mirandela, Bragança, Portugal.