Alexandre Parafita

Alexandre Parafita

Hoje é o Dia Mundial da Língua Portuguesa

Um feito notável, alcançado em 2019, foi a proclamação pela UNESCO de um Dia Mundial da Língua Portuguesa. E foi escolhido o dia 5 de maio. O Português, com os seus 265 milhões de falantes e tendo sido o idioma na primeira vaga da globalização, é desde então a primeira língua a ter um Dia Mundial.

Um bom pretexto para se refletir sobre a proteção efetiva que a Língua Portuguesa pode ou não merecer por parte de algumas instituições nacionais no contexto internacional, num tempo em que as chamadas “sociedades do conhecimento” são dominadas por modelos anglo-americanos que se impõem através da língua. Ditam regras e critérios, impõem as suas influências no sistema científico internacional, e não escondem sequer alguns traços etnocentristas que se projetam numa clara hegemonia de quem quer, e pode, encarar o Outro como inferior. E tendo a língua como arma. Uma espécie de ditadura da língua.

Não esquecer que é na nossa língua que resistem as nossas especificidades socioculturais. Não é por acaso que os povos defendem, pela língua, o seu direito à identidade, à diferença. Toda a língua materna, mais do que um veículo de comunicação, é um sistema organizado de pensamento. Por isso, que futuro pode ter o país, a sua cultura, a sua identidade, quando o povo deixar de pensar (e de amar) em Português?

E não esquecer também que o Português não é uma língua qualquer: é a quinta língua mais falada no Mundo!

 


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