Noah, de dois anos e oito meses, foi encontrado com vida.
Terá saído de casa entre as cinco e as oito horas da manhã de Quarta-Feira, dia 16 de Junho de 2021, para, sozinho mas na companhia da cadela da família, ir ao encontro do pai, que Noah julgava estar a trabalhar num campo próximo.
A cadela da família foi com ele mas abandonou-o, a determinada altura, não se sabe porquê, se por fome, se por Noah ter sido apanhado por alguém ou se para buscar ajuda. Noah foi encontrado, 32 horas depois, na confluência de três caminhos quando milhares de pessoas o procuravam causando evidentes dificuldades à consumação de um hipotético rapto.
É uma fonte de interrogações como é que uma criança desta idade se vai colocar estrategicamente na confluência de três caminhos, para ser encontrada, ao final do dia, a quatro kms de casa, em linha reta.
Isto é Portugal porque milhares de pessoas se associaram nas buscas, de uma forma generosa.
Isto é Portugal porque a solidariedade é uma característica do povo português mais do que a exploração.
Por tudo isto, esta história teve um final feliz mas há lições a tirar:
- nas aldeias, as portas não podem continuar abertas aos outros por muita confiança que tenhamos neles;
- esta história tem de ser esclarecida completamente porque, a menos que Noah seja um prodígio da natureza e da humanidade, não é crível que tivesse sobrevivido sozinho 32 horas, sem roupa, sem comida, sem água, numa noite bastante fria.
- a comunicação social não podia divulgar a fotografia do menino porque a Internet é muito perigosa; a criança vai agora ficar exposta; por isso, não divulgo a fotografia dela.
Aos pais, um grande abraço; à PJ, à GNR, à Proteção Civil, aos populares, nacionais e estrangeiros, um grande obrigado. Isto é Portugal! Portugal! Portugal! É a humanidade que ainda há em nós.
