Alexandre Parafita
João David Pinto Correia: a mágoa de ver partir o mestre
Portugal viu partir ontem, aos 79 anos, em Lisboa, vítima de AVC, o Professor Doutor João David Pinto Correia, notável escritor, poeta, ensaísta e académico. Reconhecido aquém e além-fronteiras, com obra científica proeminente no seu ramo do saber, João David destacou-se nos estudos de Literatura Oral Tradicional, com inúmeras obras publicadas, na continuação dos grandes especialistas como Viegas Guerreiro, Leite de Vasconcelos, Teófilo Braga e Consiglieri Pedroso.
Natural do Funchal, esteve ligado à história da Universidade da Madeira, de cuja Comissão Instaladora foi presidente, embora a sua carreira académica decorresse na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se aposentou como professor associado. Aí dirigiu a Revista Lusitana – 2ª série e presidiu ao Centro de Tradições Populares Portuguesas Viegas Guerreiro.
Exerceu igualmente funções docentes na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), no curso de mestrado em Literatura para a Infância.
Particularmente sentido com esta perda, vejo partir, para além de um grande amigo e companheiro, um dos grandes mestres que tive na minha formação académica e científica. Foi meu coorientador de Doutoramento (com o Prof. Fernando Moreira, do DLAC-UTAD), prefaciou o meu livro “O Maravilhoso Popular” e chamou-me para o acompanhar em inúmeras conferências.
Partilho a dor imensa com a sua esposa e filhas, solidário também com a legião de amigos, admiradores e ex-alunos que sempre o acompanharam.