Chrys Chrystello

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Lá como cá, merecem o prémio de empreendedorismo

Crónica 193 prémio de empreendedorismo 2.6.2018

 

O Concurso Regional de Empreendedorismo irá decorrer em três fases, permitindo que as ideias de negócio apresentadas na primeira fase, e que passem às fases posteriores, entrem num processo de desenvolvimento e consolidação, com o objetivo de garantir a transposição dos projetos vencedores para iniciativas empresariais. Nesta nova versão do concurso, é obrigatório a entrega de um vídeo, com a duração máxima de 2 minutos, expondo a Ideia de Negócio a concurso, sendo selecionadas as cinco melhores ideias. Segue-se depois um período de desenvolvimento daquelas ideias, com vista à obtenção de Planos de Negócio devidamente estruturados que serão submetidos a uma terceira e última fase, havendo ainda lugar, nesta última fase, a um pitch por parte de cada equipa, via internet e com a duração máxima de 5 minutos. Serão, então, selecionados os três projetos vencedores, hierarquizados entre primeiro, segundo e terceiro lugares.

Haverá lugar a prémios, num valor pecuniário de, respetivamente, €25.000, €20.000 e €15.000, para o primeiro, segundo e terceiro lugares, que apenas serão atribuídos na condição de passarem a integrar o capital das empresas a criar.

Proponho já que passe à final a família de São Miguel, injustamente detida, há dias, pelas autoridades policiais por estarem na posse, manufatura, distribuição e comercialização de marijuana para fins de tratamento medicinal a quem dele carecia.

 A família em questão recipiente do rendimento de inserção social, vivendo com inúmeras dificuldades económicas, por ser um grande agregado familiar, numa casa da Câmara destinada a famílias mais pequenas, conseguiu contra tudo e todos, colocar em pleno emprego todos os seus 10 membros, avós, pais, filhos e filhas e netos servindo-se de terrenos baldios, pertença do Estado, e os quais estavam abandonados para fins agrícolas há vários anos. Dado que os terrenos eram férteis com boa exposição solar e bem regados, a família começou a introduzir aí plantas de cannabis sativa, que graças a condições favoráveis, exposição solar e cuidados intensivos dos vários membros da família atingia já uma produção considerável de 400 pés em estado de maturação no valor de dezenas de milhar de euros ao valor corrente de mercado.

Apesar da falta de instalações adequadas na sua casa, a família recuperou um antigo edifício abandonado pela edilidade local para aí fazer o tratamento e empacotamento das plantas destinadas ao mercado, mostrando um grau de empreendedorismo como há muito se não via naquela localidade.

Com os proventos a auferir desta proveitosa exploração agrícola, a família pensava adquirir uma habitação mais condigna, deixando de necessitar dos apoios sociais do Estado, e contribuir assim para a total integração dos seus membros numa sociedade  civil onde as pessoas são, normalmente, desincentivadas de  se tornarem economicamente autónomas ou de serem produtivas, preferindo continuar a auferir o rendimento de inserção social em vez de buscarem soluções efetivas para as suas carências económicas.

Por outro lado, numa clara antevisão do fim do monopólio de venda daquele produto agrícola com a liberalização do seu consumo para fins medicinais, a família demonstrou uma visão de futuro inigualável. Verifica-se ainda que cumpriram todos os requisitos do concurso supracitado, motivo que nos leva a sugerir que o primeiro prémio lhes seja atribuído


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