Alexandre Parafita
Louça de Bisalhães a um passo de ser Património Mundial pela UNESCO
No início da próxima semana se saberá. O Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, reunido em Addis Abeba, na Etiópia, a partir de 2ª feira, tem nas mãos o processo de candidatura da Louça Preta de Bisalhães.
Os trunfos são muitos. É única no mundo. Produzida numa pequena aldeia do concelho de Vila Real, singulariza-se pelos processos e técnicas ancestrais usados na sua confeção e cozedura, mantendo-os desde os finais do séc. XIX; processos e técnicas que passaram de geração em geração até aos dias de hoje, resistindo sempre às contrariedades e caprichos da modernidade. O homem, a mulher e os filhos repartem as tarefas. O homem trabalha na roda e enforma a louça, a mulher e os filhos preparam o barro, abastecem de água, vão à carqueja e decoram a louça. Numa grande harmonia familiar, produzem a chamada “louça churra” (peças mais grosseiras, pouco decoradas e mais utilitárias) e a “louça fina” (bonitas peças de carácter mais decorativo).
Daqui saúdo todos quantos se empenham na salvaguarda deste património.