Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Na convivência com os Serviços Públicos

Dia quinze, do corrente mês, sou informado que tinha a carta de condução fora de validade desde catorze de Abril. Pensei para mim, estou metido numa carga de trabalho. No dia seguinte, dirijo-me ao IMTT, para me informarem dos documentos necessários para a renovação, estava eu a tirar a senha, e ouço uma voz: - O senhor é para…Intrigado, dei uma olhadela pela sala e não vislumbrei, nenhuma outra pessoa, pensei é a mim que estão a questionar. Respondi: - necessito de renovar a carta de condução de pesados. Respondeu-me a mesma voz: - Atestado médico, “certificação de competências” do Psicólogo e trinta euros. E, eu, muito bem-disposto de como o assunto estava a ser tratado, pensei, até aqui tudo bem, daqui para a frente é que vão ser elas.

Dirigi-me ao Centro de Saúde de Santa Maria, para marcar uma consulta na médica de família, depois de consultar o registo de marcações, dizem-me que a data mais próxima disponível é a de vinte e cinco de Julho. Passado alguns dias sou informado que podia ir à consulta dia dezoito. A consulta no Psicólogo numa clínica privada foi dia 16 de Julho. Na posse da avaliação psicológica fui à consulta. Habituado à simpatia da “minha médica de família”, a expectativa de a substituição para melhor era reduzida. Entrei e fiquei bem impressionado, simpática, enquanto falávamos de assuntos circunstanciais, notei que estava a consultar o meu histórico clínico. Disse-lhe ao que vinha, consultou a avaliação psicológica e perguntou-me pelo documento da avaliação do oftalmologista ou em substituição do optometrista. Não levava. Combinamos, para ninguém ocupar o tempo do outro sem necessidade, que logo que eu tivesse o documento, levava-o à enfermeira que a assiste e depois telefonavam-me quando estivesse pronto o atestado médico. Entretanto, diz-me, é necessário controlar o colesterol, está fora do intervalo. E eu pensei para mim, temos médica. Retorqui-lhe que preferia repetir a análise para ver se os valores se confirmavam. Queixei-me de uma dor numa perna e depois de trocarmos argumentos, de a informar as diligências já efectuadas, diz-me para fazer uma radiografia, para ver como estavam as articulações (?).

Terminado a consulta e depois de sair, pensei para mim, não está a correr mal. Perguntei à simpática enfermeira como e onde podia marcar a radiografia e a análise clínica. Respondeu-me, que se fosse minha vontade podia ser ali, ou além ou ainda no privado. Ao sair, dirijo-me, onde a enfermeira orientou-me e pergunto se era ali que podia tratar destas marcações. Diz-me a funcionária, a análise sim a radiografia não, dado o técnico estar de férias, nada de mais pensei, tenho as outras duas opções. Sobre a análise, pergunta-me quando a quero fazer! Fiquei boquiaberto e questionei: - então é assim? É para quando eu quiser? OK, pode ser amanha às nove horas? Respondeu-me, amanhã não, mas na quarta-feira sim (dia 24). Marquei, foi direito ao hospital, dirigi-me ao guiché das radiografias, disse ao que ia e a senhora, que estava a atender pergunta-me se queria fazer já! Pasmado e incrédulo, perguntei – Já? Teria ouvido bem? Sim, tinha, passado 10 minutos, tinha realizado as radiografias. Depois de almoço foi ao optometrista e às 15 horas tinha a avaliação na secretária da enfermeira. No dia seguinte (23) às dez horas fui buscar o atestado médico e às dez horas e meia estava a pagar os trinta euros e a levantar a guia de substituição da carta de condução.

Então, fazendo uma revisão cronológica, dia 15 de Julho estava sem carta de condução e dia 23 do mesmo mês tinha o problema resolvido, pelo meio ainda fiz analise ao colesterol e as radiografias.

NOTAS:

  1. Fica um pequeno reparo: - como mencionei a hora para a recolha de sangue era às nove, passou para as dez horas e doze minutos e ninguém me avisou (disseram que foi uma falha do serviço, pois a norma, neste caso, é telefonar). Às dez horas e vinte e cinco minutos estava despachado.
  2. Em meados de Junho/17 necessitem de recorrer ao serviço de urgência do Hospital de Bragança e a disponibilidade, prontidão e simpatia fui muito satisfatória.
  3. É muito provável, que os serviços de saúde não estejam tão bem como eu experienciei e dou conta, mas também, não estejam tão mal como por vezes se ouve.

Baptista Jerónimo


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