Chrys Chrystello

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Nós os velhos

Crónica 374 NÓS OS VELHOS

      

NÓS OS VELHOS estamos em fila neste 2021 para um lar que não nos mate, para um país que não nos dê morfina para calar as dores, para uma vacina que ninguém sabe bem se morremos da doença ou da cura, para uma sociedade que se quer ver livre de nós a qualquer preço, para uma família que não quer  saber dos sacrifícios que fizemos para que ela existisse, uma academia que não se interessa e prefere desperdiçar a nossa experiência e conhecimentos.

Como dizia a apache Edna Syn “um dia a gente aprende que nada é meu, teu, ou nosso, tudo é emprestado. A única certeza, é que um dia, a vida vem e leva tudo de volta. Quando a última árvore tiver caído, o último rio secado, o último peixe pescado, entenderão que o dinheiro não se come”.

Dizia Isabel Stilwell “Síndrome das Festas”, termo cunhado, em 1955, pelo psiquiatra e psicanalista, James Cattell, para descrever a sintomatologia que muita (e muita) gente revela nas semanas entre o Thanksgiving, o dia de Ação de Graças, e os primeiros dias de Janeiro. Reconhece os sintomas? Ansiedade difusa, sentimento de desilusão, irritabilidade, nostalgia, ruminação amarga sobre experiências negativas do passado, depressão e, ainda, um estranho e frustrante desejo de que todos os problemas se resolvam como que por magia.”

Todos os dias do ano num qualquer lugar do mundo de 80 milhões de refugiados, o presépio está vivo.

O importante é resistir à solidão, às doenças e ao medo, diria eu, nesta época de consumismo desenfreado em que nós velhos apenas somos cortejados para aparelhos auditivos, cadeiras elevador de escadas ou fraldas descartáveis, como elementos descartáveis que somos dessa mesma sociedade consumista que nos consome a todos.

Há milhares de anos que somos escravizados e mantidos em prisões mentais por elites e sociedades secretas. Keanu Reeves diz que “a Matriz é um Universo Holográfico e que aqueles que desejam nos controlar nos projetam. A humanidade foi reprimida e controlada dessa forma por milénios. Achamos que é real mas na realidade é apenas um filme que se joga na consciência coletiva apresentando-se como “Realidade”. Keanu Reeves não é o único a acreditar que a humanidade vive numa matriz há milhares de anos. Algumas das pessoas mais ricas e influentes do mundo estão convencidas de que vivemos numa simulação de computador. Pelo menos dois dos bilionários em tecnologia do Vale do Silício estão esbanjando dinheiro em esforços para tirar os humanos da simulação em que pensam que vivemos. Elon Musk acredita que as chances de não vivermos em uma simulação de computador do tipo Matriz são de "biliões para um".

A libertação e demonstração de que, afinal, estamos vivos depende de nós, lutando contra as franjas da Humanidade que se entretêm com as Kardashian e os Big Brothers do entorpecimento mental que a todos aniquila.

Não podemos aceitar continuar a ser tratados como dispensáveis, descartáveis, trapos velhos, como a sociedade nos quer tratar. Temos sentimentos, temos vida, temos sonhos, independentemente da idade e merecemos respeito por lutar contra a tecnologia e a IA inteligência artificial) que quer fazer de nós rodas dentadas incompatíveis com a nova engrenagem do mundo.

Resistamos ao vírus e ao medo que se apodera de todos, vivamos a vida que nos resta com dignidade  sejamos açorianos com orgulho, independentemente de aqui termos nascido ou vivido. Velhos seremos todos, mas só é açoriano quem o sente.

Chrys Chrystello, Jornalista,

Membro Honorário Vitalício nº 297713 [Australian Journalists' Association MEEA]

Diário dos Açores (desde 2018)

Diário de Trás-os-Montes (desde 2005) 

Tribuna das Ilhas (desde 2019)

Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020)


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