Chrys Chrystello

Novo livro de Pedro Almeida Maia

CRÓNICA 372 ILHAMÉRICA DE ALMEIDA MAIA

COMECEI E ACABEI O LIVRO DE ALMEIDA MAIA EM MENOS DE 48 HORAS.

Não sou crítico literário nem sei escrever exegeses literárias, circunscrevendo-me no meu analfabetismo crítico a duas tonalidades: GOSTO ou NÃO GOSTO. Este livro tal como aconteceu com os anteriores que li do mesmo autor, tem um defeito que adoro, o preciosismo das descrições, o estudo detalhado das épocas que percorre, citações m sempre bem contextualizadas e uma imagética rica que espera um realizador para a tornar em documentário cinematográfico.

A história que, felizmente conhecia há décadas, foi extremamente bem trabalhada com todos os detalhes, denotando uma investigação cuidada e profunda, até nos intermezzo musicais da Venezuela a Santa Maria. Igualmente aprimorada a cena da PIDE, tanto mais difícil quanto se sabe que o autor não viveu esses horrores.

Também não teve medo de falar da pobreza, da miséria, da fome que se viveu nessa década de 1960 nas ilhas e no continente metropolitano. Um belo retrato de como os açorianos sempre se mostraram dispostos a votar com os pés quando as adversidades eram demasiadas, o que ainda hoje explica a redução demográfica que todas as ilhas sentem.

A ficcionalização do evento sem ter obtido apoio do “herói” que prefere viver lá nas Amercas do seu sonho é deveras fidedigna nos seus minuciosos factos, a que acresce (como acontecia em obras anteriores deste autor) a introdução de eventos quotidianos importantes como foi o naufrágio do Arnel e algumas quedas de aviões.

Resta-me esperar que alguém com tarelo na RTP Açores ou mesmo na RTP ibérica tenha a visão de converter este excelente livro numa série ou numa curta-metragem e estou certo de que seria uma obra premiada como premiada merece este IlhAmérica com que Pedro Almeida maia promete iluminar este natal e este ano sombrio e covidesco.

Pena tenho de não ser crítico para poder expressar tudo que me fascinou neste volume que devorei. Temática e estilisticamente o autor deu um enorme salto qualitativo nesta sua mais recente obra, e aguardo impaciente que consiga descobrir os dados da vida do Mané na Amerca e nos dar uma sequela.