Governar é escolher, é colocar em prática determinados pensamentos, ideias e opiniões, de forma a que um conjunto de ações contribua para o avanço e desenvolvimento de uma comunidade, organização ou sociedade. Naturalmente que ninguém (nem o próprio executivo de Vila Real, acho eu) é a favor do abate abusivo e imprudente de árvores quer na Avenida ou na Estação, quer, como aconteceu anteriormente, na Rua Santo António. Por vezes, mesmo que isso implique medidas drásticas, é necessário fazer escolhas e estabelecer prioridades para, por exemplo, melhorar a acessibilidade e mobilidade das nossas cidades. E sim, em alguns casos, as árvores revelam-se um entrave à circulação (de pessoas com mobilidade reduzida ou de mães que empurram os seus filhos em carrinhos-de-bebé) nos passeios. A verdade é que a organização urbana nem sempre foi bem pensada, e em alguns locais as árvores são necessárias e noutros chegam mesmo a colocar o cidadão em perigo.
Há muitos anos que a Avenida Carvalho Araújo precisava de requalificação. Todos sabemos disso e não é necessário pertencer ou defender determinado grupo ideológico ou partidário para concordar com isso. Agora, se esta foi a melhor opção? Não sei, mas sou da opinião de que alguma teria de ser tomada.
Por vezes a falta de conhecimento leva-nos a emitir juízos de valor errados e a apontar o dedo a quem não devíamos. Pergunto quantos (de nós) visitaram a exposição que elucidou as intervenções que estão contempladas no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) da cidade? Ou quantos estiveram presentes nas sessões de esclarecimento público?
As redes sociais são e continuam a ser um instrumento de participação cívica e política, mas não podem ser um único meio. Vila Real ou outra cidade qualquer não avança com a disseminação de ódio ou calúnias no Facebook. Manifestem a sua opinião de forma cívica e organizada, e não maltratando os outros, recorrendo a um estilo sujo e descabido.
Se sou a favor do corte das árvores? Não, mas sou a favor de opções para contribuir para um bem-comum. As árvores no meio dos passeios, na Rua Santo António, não me faziam qualquer estorvo. Caminhava com facilidade na mesma. Mas será que o Manuel ou o António, que estão numa cadeira de rodas dizem o mesmo?
Nem sempre a mudança é bem recebida. Esperamos que a Avenida Carvalho Araújo tenha todo o resplendor que merece, que se estabeleça, de uma vez por todas, como o ex-libris de Vila Real e que seja um local que todos os vila-realenses apreciem.
