Alexandre Parafita

Alexandre Parafita

O decano dos jornalistas

Completou este ano 70 anos de jornalismo. De jornalismo ativo, ininterrupto, com carteira profissional atualizada até 2024. Julgo não haver em Portugal um jornalista com tal dinâmica, longevidade e jovialidade. Daí designá-lo decano dos jornalistas portugueses.

João Barroso da Fonte, começou como pastor de vezeira e de vacas numa pequena aldeia do Barroso, dividindo o dia entre o trabalho infantil e a escola primária. Confessou numa entrevista recente que, com cinco anos de idade, já ia com os bovinos para os lameiros. E assim cresceu com a energia renovada dos renovos que despontam nos campos. Foi seminarista, combateu em África, foi jornalista do JN, fundou e/ou dirigiu jornais e revistas (“Comércio de Guimarães”, “A Voz de Guimarães”. “Gil Vicente”, “Poetas & Trovadores”, “9 Séculos”), foi colunista em 224 periódicos (inclusive no semanário “A Região”, sob a minha direção nos finais dos anos 80), escreveu dezenas de livros (poesia, ficção, ensaio), dirigiu o Paço dos Duques de Bragança e a delegação da Comunicação Social do Norte, foi vereador da cultura em Guimarães.

Enquanto combatia no Ultramar, escrevia para a revista “Crónica Feminina”, a troco de 80 escudos por artigo, recebidos em cheque pela esposa, em Guimarães, para ajuda no sustento dos filhos.
 Fundou o Gabinete de Imprensa de Guimarães em 1976, responsável pelos primeiros cursos de formação de jornalistas em Portugal financiados pelo FAOJ, e, de seguida, lançou o Instituto Português da Imprensa Regional (IPIR), que permitiu aos profissionais e colaboradores da imprensa regional usufruir de um cartão de acreditação, legitimado pelo Governo, que conferia aos titulares os mesmos direitos da Carteira Profissional dos jornalistas.

E, hoje continua a fazer furor com os artigos que escreve na imprensa regional. A energia é a mesma dos tempos áureos. Com ela planta e difunde cultura, saber, humanidade.

(in JN, 23-6-2023)

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