A vida agitada na grande cidade e uma boa proposta de emprego empurram o Rogério para uma cidade mais pequena - a esposa acompanhou-o. Depois de instalados, conseguiram ter um filho – era a luz dos olhos de Natália. Passado algum tempo, sentindo-se bem enquadrado no hospital onde era médico, começou a pular a cerca. Envolvia-se com médicas, enfermeiras e auxiliares – várias ao mesmo tempo – um verdadeiro ninfomaníaco.
Uma enfermeira, sentindo-se traída, descobriu o número de telefone de casa do Rogério e foi a uma cabine telefónica. Disfarçando a voz, avisou a Natália do comportamento do marido.
Tantas fez que a esposa não aguentou mais – pegou no filho e rumaram até às origens, em Coimbra.
O Rogério não se importou muito com o sucedido, continuava a envolver-se com as colegas que podia. Usava o consultório, os quartos privados do hospital… até no elevador dava a sua “dentadinha”!
Nestas aventuras todas, os anos foram passando e voltou a ser exposto, desta vez, ao marido de uma enfermeira. O marido - traído - apanhou-os em flagrante no consultório particular. Deu uma tareia de arromba ao médico. A enfermeira fugiu de cena.
Não lhe serviu de emenda. Assim que recuperou as forças, voltou ao velho costume.
Um certo dia, atendeu no consultório privado uma senhora professora de Filosofia de seu nome Aurora. A consulta foi profícua pois trocaram logo de contactos telefónicos. Em pouco tempo, estavam a jantar num dos restaurantes mais caros da cidade – a Aurora tinha gostos refinados e o Rogério estava caidinho por ela. Andava sempre a oferecer-lhe presentes de luxo e ele podia bem com isso. Mimava-a de todas as formas.
Finalmente, achava que a Aurora era a sua alma gémea, também ela ninfomaníaca, sem ele saber.
Quanto à Aurora, à data em que conheceu o Rogério, tinha três amantes e, com ele, passaram a quatro.
Há um pequeno detalhe: Aurora era comprometida e muito atrevida. Passeava, almoçava e saía com os homens como se fosse livre e desimpedida. Nada a demovia.
O Rogério… andava embeiçado por ela e ao mesmo tempo também andava com outras mulheres, se a ocasião se proporcionasse.
Depois da ex-mulher, nunca mais namorou ninguém. Eram apenas engates para sexo.
A idade não perdoa. Com pouco mais de 70 anos, ainda continua a achar-se o “dono do harém”, mas só as passeia e já pouco faz, contou a enfermeira São às colegas do hospital. Ilusões… vive de ilusões e passeia a galhada…