Alexandre Parafita

Alexandre Parafita

O JN, não!

Desde que ingressei no mundo do jornalismo, em 1976, vi desaparecerem títulos de jornais que eram verdadeiros monumentos culturais. A “República” em 1976, o “Século” em 1977, o “Jornal do Comércio” em 1985, o “Diário de Lisboa” em 1990, “O Diário” também em 1990, o “Diário Popular” em 1991, “O Primeiro de Janeiro” em 1991, “A Capital” em 2005 e, finalmente, também em 2005, “O Comércio do Porto” (atingia então 151 anos de vida, um jornal onde gastei os melhores anos da minha juventude).

Portugal foi ficando mais pobre. Culturalmente, é o que se vê.

Agora, está em risco o “Jornal de Notícias”. A notícia do despedimento coletivo de 40 jornalistas, que representam metade da sua redação, deixam-me perplexo quanto ao seu futuro. O que virá a seguir, é um jornalismo de menor qualidade. Afinal, a medida certa para um país que, cada vez mais, teima em nivelar-se por baixo em tudo.

Registo aqui a minha solidariedade com os profissionais do JN que hoje e amanhã estão em greve. Lutam pelos seus direitos, mas lutam também pela garantia de um jornalismo de qualidade, a que este centenário jornal nos habituou.



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