Luis Ferreira

Luis Ferreira

O Mundo em Chamas

Estamos à beira da terceira guerra mundial sem quase nos apercebermos. Quando todos esperávamos que a guerra da Ucrânia estivesse a dar alguns passos para o seu final, fosse ele qual fosse, ateia-se a guerra no Médio Oriente entre Israel e o Hamas, arrastando os aliados deste, para a cena de confrontos tão absurdos como irresponsáveis.

Passadas semanas e semanas de bombardeamentos na faixa de Gaza com o intuito de derrotar o Hamas e acabar com o grupo terrorista, Israel vê-se acusado pela comunidade mundial das atrocidades cometidas e da quantidade de civis mortos incluindo milhares de criança.

Todos já nos apercebemos que o Irão comanda e ajuda o Hamas, mas também financia e dá apoio ao Hezbollah que ataca também, a Norte, o Estado de Israel. Mas como se isto não bastasse, também os Houthis, apoiados igualmente pelo Irão, atacam os navios que se dirigem ao canal do Suez, sejam eles petroleiros ou cargueiros e com especial atenção aos que têm ligação com os EUA, tendo já atacado navios de guerra americanos, embora sem qualquer êxito. Contudo, este facto é demasiado grave, pois os EUA não se deixam apanhar facilmente e já ripostaram. No entanto, isto pode levar a um agravamento da situação e a um alargamento de todo o conflito.

Tudo isto já é demasiado grave para um mundo que devia procurar a paz o mais depressa possível. Infelizmente não é isso que se passa. O Paquistão já está a atacar o Irão e vice-versa aumentando bastante o conflito entre os países do Médio Oriente. O que parecia inicialmente um ajuste rápido de contas entre Israel e o Hamas, agora é um incêndio que se alastra perigosamente para além da região problemática da Palestina. Pois é. O Irão atacou o Baluchistão que é uma província do Paquistão e este atacou um grupo separatista do Irão. Se o Paquistão não atacasse o Irão com mísseis, talvez as preocupações fossem menores, mas efetivamente não são.

Mas atenção, pois a guerra entre a Rússia e a Ucrânia ainda não acabou e não se sabe quando isso acontecerá. No entanto já se fala em negociações de paz e da necessidade de isso se tornar efetivo. Podem os países fazer um esforço enorme para que a paz aconteça, mas sem a Rússia presente, nunca será possível tornar-se realidade a curto prazo. A Ucrânia está a fazer um esforço enorme e está a ficar sem capacidade de conter o avanço do exército russo. À beira do colapso, Zelensky pede mais ajuda à União Europeia e aos EUA. Com o aproximar das eleições americanas e com mais um tonto na corrida à Casa Branca, tudo se complica imenso. Neste momento não se sabe quem governará a América após as eleições. Com as propostas avançadas por Trump, se ele ganhar, até a NATO está comprometida, pois já ameaçou sair ou não contribuir com os milhões e o exército com que todo o Ocidente sempre contou. Já tinha feito essa ameaça quando governou a América. Nada de novo, mas muito preocupante.

Na verdade, o Mundo está em chamas e não se vislumbram bombeiros suficientemente fortes e em quantidade para apagar este fogo terrível que tudo está a consumir. Se fizermos um pequeno exercício conseguimos contabilizar os milhares de mortos que pereceram nestes conflitos. Na guerra da Ucrânia nem se sabe ao certo se morreram 300 mil se mais, em Gaza já estamos nos 25 mil e terra destruída, cidades completamente reduzidas a pó, são mais do que muitas. Quem vai reconstruir este mundo louco? Estes conflitos estão a converter este mundo num cemitério onde se enterram os inocentes e onde os assassinos continuam vivos e em liberdade.

No meio de todo este conflito, ainda à quem tente ajudar os mais desprotegidos, como a Ucrânia. Alguns países da União Europeia vêm-se na obrigação de se afirmarem perante uma América que está cada vez mais receosa. A França e a Inglaterra elevam o tom de voz e dispõem-se a dar ajuda à Ucrânia para que a Rússia e Putin não se arvorem em vencedores seja do que for. Mas isto vai conduzir a alguma plataforma de entendimento? Penso que não. Tentar é sempre bom e pode ser proveitoso. A Ucrânia agradece, mas resta saber se vai tirar proveito disso. Para já, vai ferindo a Rússia no seu próprio território, o que é uma novidade e que Putin não esperava. Logo correu a pedir uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, porque estava a ser agredida pela Ucrânia. Francamente. Então quem está a agredir e invadir a Ucrânia? E será que esta pediu alguma reunião do Conselho de Segurança porque estava a ser invadida pelo Rússia? Dois pesos e duas medidas é apanágio dos ditadores. Sinceramente, isto é surreal!

Na verdade, o Mundo está à beira de uma terceira guerra mundial e parece que poucos querem saber disso. Europa, Ásia e África estão com episódios de guerra o que equivale dizer que já quase todo o mundo está a arder e à beira do colapso.

A economia mundial já se está a ressentir e como consequência, toda uma sociedade que definha na sua qualidade de vida e nas suas relações sociais. Levantam-se barreiras onde se deviam construir pontes. Estamos a caminhar para o abismo.



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