Batista Jerónimo
O prometido é devido? Nem sempre.
Os programas eleitorais para os candidatos que pela primeira vez se candidatam, geralmente são irrealista e desprovidos de orçamentação daí, quando ganhadores das eleições, a execução das promessas ficarem muito aquém do prometido. Portanto, seria recomendado melhor preparação e que os executivos em exercício facultassem os dados necessários, quando solicitados, aos candidatos.
O mesmo não é justificável aos recandidatos, nestes se acontece é por incompetência, logro ou má-fé, pois só tem como objectivo criar expectativas para angariar votos através de um monumental ardil.
Em abono da verdade e da credibilidade infelizmente estes procedimentos são comuns a todos os actores políticos dos vários partidos. Até quando vamos tolerar?
Em Bragança, o presidente do actual executivo, recandidato ao terceiro mandato, antecedido de um mandato como vereador e ainda outro como assessor (16 anos), para o mandato 2017/2021 apresentou um programa, cuja execução ilustra bem esta dissertação expositiva.
Bem que poderia, para o mandato 2021/2025, não apresentar programa, porque para concluir o programa do mandato anterior, teria que ir a Lisboa 100 vezes mais do que aquelas que foi nos longos e ineficazes anos ao serviço da autarquia. De salientar que estas medidas por executar, claramente não contribuem para tornar Bragança apetecível ao investimento e à promoção do turismo (mais emprego), ao combate à desertificação, à natalidade, à mobilidade urbana e rectificações de más práticas ambientais. Será a razão de não terem sido e executadas?
Só para ilustrar o discorrido, revisitei o documento, disponível em: http://www.hernanidias.pt/sites/default/files/2017-09/Programa%20Eleitoral.pdf e a taxa de execução poderá não atingir os 20%. Uma vergonha que, numa democracia madura, os responsáveis não teriam coragem para se recandidatariam e se sem pudor o fizessem, a votação seria humilhante.
Lembro só algumas promessas:
- Intervenção na Praça Camões, no rio Fervença, na ETAR.
- Intervenção na Zona do estádio Eng. José Luís Pinheiro com construção de courts de ténis.
- Intervenção no Monte São Bartalomeu.
- Intervenção no Bairro do Fervença, da Cerâmica e São João de Brito
- Polis: realizar uma intervenção de reabilitação profunda do espaço
- Barragem da Castanheira: aproveitamento ambiental, lúdico e desportivo e ainda ciclovia.
- Construção Pavilhão Multifuncional.
- Barragem para a retenção de água em Parada (financiada e ninguém percebe porque não fui construída).
- Ampliação da Zona Industrial (porque é que não tem procura?)
- Política de captação de empresas (as empresas procuram Bragança, depois vem nas notícias que se instalaram em Chaves)
- A coesão territorial entre aldeias e a cidade no concelho (algum investimento notaram-se nos últimos dias, voltando aos anos de 1980/90 - política do paralelo)
- Continuar a fazer saneamentos (ainda temos 23 aldeias sem saneamento, poucas têm ETAR não fossa séptica, a somar alguns bairros na cidade, no século XXI!)
- Semana do desporto
- Realização da Feira da Agricultura de Bragança
A Pandemia não justifica tudo e muito menos esta falta de respeito pelos Bragançanos.
Bragança, 19/08/2021
Baptista Jerónimo