Henrique Ferreira
Parabéns e muitos êxitos, António Guterres
Alexandre Parafita adiantou-se-me na explanação da ideia. Eventualmente, tivemo-la ao mesmo tempo mas ele escreveu-a primeiro. A ideia era que António Guterres era o nosso segundo Fernão de Magalhães por ter conquistado o apoio do mundo. Magalhães deu à volta ao Globo, Guterres pôs a diplomacia do Globo de acordo com ele.
Em relação a Alexandre Parafita, discordo da adopção da pergunta de João Miguel Tavares em Público de 06-10-2016, «Por que são os portugueses tão bons lá fora e tão maus cá dentro». A história já respondeu a essa questão: Guterres estava adiantado trinta anos em relação ao povo que governava. Hoje, esse povo compreenderia; na altura, não podia compreender. Galileu também estava disposto a lutar pela teoria heliocêntrica mesmo que ninguém, no seu tempo, a aceitasse. Hoje, já nem Galileu terá razão. Na verdade, não sabemos se o sol é ainda o centro do nosso sistema gravitacional.
O certo é que, agora, os ideais de Guterres, de Maria de Lurdes Pintasilgo, de Madre Teresa de Calcutá, de Martins Luther King e de Nelson Mandela podem ter mais espaço de afirmação no areópago da Nações ainda (des)Unidas.