Adelino Martins
Pelo amor dos nossos baixotes
Com os subsídios de Natal e de Férias, diminuiu o rendimento salarial dos mais baixos em relação ao dos mais altos, pois com a verba desses dois subsídios podiam igualar em vez de distanciar, como então o fizeram. Porém, como assim não foi, leva-me a crer que tudo foi intencional de cima pra baixo, pois nunca se poderiam esquecer de que o ano só tem doze meses. Nos mais baixos não veio ajudar, em nada, à consoada nem às férias; porquanto os magros salários acabaram por lhes destinar, antecipadamente, buracos a tapar. Portanto, estes é que precisavam desses auxílios, por que os salários dos que estavam no patamar de cima já eram mais gordos… (O de Natal foi criado por Marcelo Caetano, D/L 457/72, que se destinava à função pública e em regime d’exceção), sendo alargado a todos os trabalhadores pelo governo de Vasco Gonçalves, em 74, que nesses então, estavam em voga ‘direita e esquerda’, sendo ele da esquerda. Eu, mesmo sendo retornado, acreditava que o General estivesse com boas intenções, mas o problema eram os outros. Na minha ótica, o comunismo se fosse aplicado com a seriedade que Cristo ensinou exemplando, podia ser o melhor regime na Terra, se não fossem tantos Eus ativos e sucedâneos. O ser humano é muito instável, pois embora comece com boas intenções, acaba por descambar pró seu Eu. Ele é finito e comete erros, todavia, confundindo-se a si próprio, imagina que os outros estão errados. Aqui valeu-nos, o 25 de novembro que pôs termo ao processo revolucionário exagerado, que nos levaria a outra ditadura, o que não seria nada bom. Pelo lado Político destacaram-se Costa Gomes e Mário Soares; pelo Militar Operacional: Ramalho Eanes, Pires veloso e Jaime Neves, (O 1º devia ter sido presidente da república vitalício, com que ganharíamos…O General deu suficientes provas de ser um homem honesto, humano e competente…).
Mas então, retomando o raciocínio inicial, a Leitora pense comigo: O detentor dum salário de 5.000 euros tem um rendimento anual de 60.000 e o de 1.000 de 12.000, portanto há uma diferença de 48.000. Agora o 1º com mais 10.000 e o 2º 2.000, têm a diferença de 8.000, que somada aos 48.000 passou essa mesma diferença pra 56.000. Conclusão: o dos 5.000 mil ficou a beneficiar em relação ao dos 1.000, 8.000 euros anuais ou, se quisermos, 666,66 por mês. Quando, em abono da moralidade e da justiça social, devia ser o contrário. Contudo, para piorar mais, já ouvi por aí falar no 15º mês, bem como de 4 dias úteis por semana! Só espero que abortem as ideias antes que mais absurdos nascem!
Por muito que me esforce, não consigo conceber porque é que, tendo nós salários baixos e muito baixos e altos e muito altos, não tentamos enquadrar isto nos 12 meses do ano e acertar um pouco, por forma a beneficiar os mais baixos. Aliás, Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal d’Oeiras, numa entrevista a um canal televisivo, disse que, se estivesse ele no lugar deste 1º ministro, o que iria fazer de imediato era nomear uma equipa para fazer o apanhamento de todos os rendimentos salariais e fazer as correções por forma a evitar estes distanciamentos! Estando eu na Capitania do Porto do Lobito, lembro-me do aumento de 500 escudo pra todos da função pública, desde o diretor ao servente! Era então 1º ministro o referido Vasco Gonçalves. Com este gesto, agradou a uns e desagradou a outros como, aliás, já seria d’esperar.
Não sou de direita nem d’esquerda que, a meu ver, isso já acabou e bem. O que sou, isso sim, é anti-estes-sistemas. Portanto não tenho nem quero filiação partidária, pois não desconheço que os partidos políticos nos trazem mais problemas do que benefícios: – vão todos à nossa despensa e depois ainda comem, sentados à mesa connosco. Mas poderíamos nós viver sem eles? Claro que sim, só precisamos de três coisas: Mudar o sistema, mudar o pensamento das pessoas e todos assim o querermos de nossa livre e espontânea vontade. (No m/ livro “Assimetrias Causa e Soluções”, na remodelação que fiz ao país, acabei com eles…)
Costuma dizer-se, para justificar o nosso atraso, somos um país pequeno e pobre. Não deixando de ser verdade, podia ser invertida esta realidade. O Luxemburgo que, sendo
44,4 X mais pequeno do que Portugal, é muito mais rico! Não pela matéria-prima, nem pela indústria, porém quiçá pela seriedade dos governantes. Sabe-se que chove dinheiro duvidoso nos seus bancos, todavia o que mais lhes importa é que o povo tenha uma vida boa. Este país tem junto das fronteiras com a Bélgica, Alemanha e França, bons postos de venda de combustíveis, que não foram ali construídos por mero acaso…. Ali não há esmolas com os meses que o ano não contempla, mas o salário mínimo nacional é de 2.671 euros! Note-se que a cobrança d’impostos é inferior à nossa. Aquando, há 25 anos, passei lá férias longas, fiquei com a impressão de que é um país com o carro atrás dos bois. Não sabia pra que serviam umas vitrinas que lá vi e que, pelos vistos, eram prá propaganda com vista a eleições. Nunca vi as carnavalescas procissões a que estava habituado. Estávamos numa sexta e as eleições iriam ser no próximo domingo e eu, que andava todos os dias nas aldeias e cidades, a pé e de carro, só soube naquela sexta que iria haver o ato eleitoral dali a dois dias, porque o meu cunhado me disse pra que serviam as tais vitrinas; mas, claro, é um país civilizado que não anda em arruaças.
Havendo, como se deixa provado, mais distância de rendimento anual a favor dos que já vinham sendo beneficiados, agora só havia uma solução, que eu considero justa e que é simplesmente somar a verba destinada às dua farsas, que encapotaram os grandes, e dividi-la igualmente por todos, cujo pagamento se faria nos 12 meses do ano. Todavia, já que de subsídios se trata, até deveria ser ao contrário: Subsídios devem ser dados a quem precisa de ser ajudado e a quem se propõe investir, desenvolvendo e criando postos de trabalho, em que o estado podia vir a ganhar.
Ainda sobre o grande Portugal, que o podia ser, uma vez que temos a fronteira de 1350 km, que é a distância perimétrica entre a foz do Rio Minho e a do Guadiana, devíamos manter os combustíveis 15/20 cêntimos mais baratos do que a Espanha e com postos de venda adequados e bons acessos em todo perímetro raiano, matando dois coelhos com uma cajadada: desenvolvia-se mais a nossa economia, e o comércio raiano e turístico penderia a favor de Portugal. O estado cobraria os mesmos impostos porquanto, recebendo menos, vendia mais. Os camiões, que levam grandes quantidades nos seus depósitos, entrariam com eles praticamente vazios e saiam as fronteiras com eles atestados. Os espanhóis, num raio de 20 km, viriam abastecer e os de mais longe aproveitavam a passear, almoçar e sair com os depósitos dos carros cheios, portanto inverter-se-iam os termos.
Chefe da PM reformado
As voltinhas do Amor
Quem anda nas voltinhas do Amor
Logo sabe como é possível agradar
Mesmo quando a sorte não ajudar
Há sempre com que atenuar a Dor
Mas não sabendo desse esplendor
E se nos meandros de tanto fado
Ficar o Amor nas partes ignorado
As vidas não irão no rumo do valor
Ele já é para mim incontestável!
E aconselho por Amor o respeito
E o carinho de todos ao seu jeito
Torna-nos a vida mais aceitável!
Que – determinado e prevenido –
Lhe dá o seu verdadeiro sentido.