Chrys Chrystello
Podemos devolver 2021? Também veio com defeito
CRÓNICA 348, PODEMOS DEVOLVER 2021 ? também VEIO COM DEFEITO
Se este ano tivesse sido fabricado pela Microsoft ainda o poderíamos devolver dizendo que veio com vírus, e pode ser que nos dessem um reembolso ou nos mandassem um novo em folha, a funcionar bem. Infelizmente não foi fabricado pela Microsoft e desconhecemos a fábrica, pelo que teremos de o suportar com este assassino invisível que nos tolhe a saúde e a vida e mudou para sempre o nosso quotidiano e a economia global.
Para quem trabalha neste ciclo vicioso da escravatura em que a economia se tornou, ter férias representa o ópio das massas que tentam carregar baterias e recuperar forças, mas mesmo isso, este ano, estará reduzido a uma ínfima proporção, pois a grande maioria das pessoas, com saúde, não terá fundos para veranear.
E um vírus que não respeita calor, frio, verão ou inverno, seja ou não manufaturado, estará connosco por mais tempo do que queremos admitir, levando na sua cauda milhares de pessoas, deixando sequelas em tantas outras, retirando-nos liberdades fundamentais que os governos aproveitam para implementarem as suas agendas de controlo de massas, como já é visível na maior parte dos países.
O mundo nunca mais será o mesmo, aquele que conhecíamos desde que nascemos, há uma nova realidade, uma nova ordem mundial, cheia de incógnitas e maus augúrios. Aqui nos Açores, onde tudo demora mais tempo a chegar ainda não nos apercebemos do que aí vem, muito menos da enorme fatura que teremos de pagar enquanto desviamos recursos para cuidar do Covid e sacrificamos doentes de outras patologias, como foi bem visível nestes meses, com clínicas fechadas, médicos a abandonarem os seus doentes, hospitais sem poderem dar resposta que não fosse a de tentar controlar a pandemia.
Resta-me esperar ter alguma saúde para não engrossar o número dos danos colaterais do COVID-19 e tentar ajustar-me a uma nova realidade que abomino Não há almoços grátis e os milhões com que hoje nos acenam, terão de ser pagos, à custa de salários, desemprego, cortes e mais cortes num mundo que, carneirentamente, irá aceitar esta pandemia de medo que se instalou, por entre revoluções de politicamente correto que vão da linguagem, ao abate de estátuas, à consternação por animais mortos em incêndios e impassibilidade pelos velhos que morrem em asilos ou que são deixados a morrer em nome desta e doutras pandemias.
Com as vacinas, virão apps para os telemóveis nos controlarem (como já acontece na RP da China, entre outros), virá o fim do dinheiro vivo e proliferarão moedas virtuais (bitcoins e outros) e os maiores pesadelos de “O triunfo dos porcos” e de “1984” serão uma brincadeira comparada com o que nos espera, por isso se ainda tiver uns tostões aproveite a campanha do governo “Viver os Açores” e vá esquecer tudo isto por 3 noites numa ilha qualquer, podem ser as suas últimas férias …
Chrys Chrystello, Jornalista, Membro Honorário Vitalício 297713 [Australian Journalists' Association MEAA]
Diário dos Açores (desde 2018) Diário de Trás-os-Montes (desde 2005) e Tribuna das Ilhas (desde 2019)