Paulo Fidalgo
Porquê? perguntam as crianças e os tolos
Vejo e ouço seres humanos indignados com as consequências terríveis da guerra da Rússia contra a Ucrânia e quase todos perguntam porque faz Putin tantas maldades a um povo que até já foi "seu" (?!) e que vivia pacificamente na sua vizinhança.
A persistência com que se pergunta porquê? deixa-me verdadeiramente assustado com o futuro, porque esta é daquelas perguntas cuja resposta, no meu tempo infantil, se aprendia no recreio ou na rua.
Vamos lá ver se vos recordo o óbvio. A única razão porque Putin faz mal aos ucranianos é simples de explicar: é porque pode.
Tal como sucedia no recreio da minha escola primária, quando alguns gajos matulões batiam nos mais fracos apenas porque podiam e enquanto podiam.
Putin podia até nutrir um ódio visceral à Ucrânia, mas se não tivesse o poder militar que tem não faria mal a uma mosca.
Qual é a moralidade desta reflexão? Simplesmente concluo que para certas criaturas a maldade cresce com o poder que têm sobre os demais e, por consequência, a única maneira de travar a sua ação maldosa é usar contra eles uma força superior à sua.
No fundo, toda a gente sabe isto, seja aprendido no recreio da escola a levar umas lambadas dos filhos da puta maiores e mais fortes do que nós, seja por lermos livros de História e vermos filmes de guerras antigas e modernas.
Por isso custa-me que não seja evidente para todos os povos da Europa que só há um caminho e que esse caminho leva à Ucrânia, porque é ali que se trava a repetitiva batalha entre o Bem o Mal.
Simplificadamente, todos aqueles que "compreendem" e defendem Putin são os que no recreio da primária se armavam em compinchas do matulão que batia nos outros mas não batia neles, porque faziam parte do séquito de servidores que todos os matulões se acham no direito de ter.
SE quiserem saber quem são os filhos da puta que nos atraiçoariam no primeiro dia de uma invasão ou agressão esdrúxula, basta ligar as TV e ver a cara dos amigos de Putin. Curiosamente, são amigos de outros conhecidos filhos da puta.
Conclusão: quando se trata de acertar no Putin e nos seus comparsas só se perdem as que caem no chão.