Alexandre Parafita

Alexandre Parafita

Que é que Dino D’Santiago quer com o Hino Nacional?

Já não é a primeira vez. Nos últimos tempos certas “vedetas”, quando precisam de holofotes mediáticos (como diz o outro “Quem não aparece, esquece”), resolvem meter-se com o nosso Hino Nacional. Geralmente com argumentos rasteiros e ineptos. E a receita sempre funciona: alguns media, ávidos de polémica, propagam tais dislates e entram no mesmo jogo.

Dino D’Santiago, antes de propor a alteração do Hino Nacional, para lhe retirar as referências bélicas, deveria instruir-se um pouco mais:

1 - Perceber a energia identitária de uma nação que se expressa no Hino (por que vemos lágrimas nos olhos dos nossos atletas quando o ouvem e entoam?);

2 – Perceber o cariz metafórico das palavras e expressões que o compõem (por exemplo: "contra os canhões, marchar, marchar" é uma metáfora que significa "contra o inimigo, marchar, marchar");

3 - Perceber o contexto histórico que lhes respeita;

4 - Fazer algumas leituras sobre as Teorias metafóricas dos Símbolos (ler por exemplo Tzvetan Todorov ou Paul Tillich);

5 – Procurar conhecer os hinos de outras nações onde idênticas alegorias bélicas estão presentes. Por exemplo, quem se atreveria a retirar do hino francês a expressão “Às armas cidadãos!”? Ou do hino italiano “Estamos prontos para morrer”. Ou do hino irlandês “Entre o rugir do canhão e o disparo das balas” (…) “marchamos para enfrentar o inimigo”?

É que, por este andar, um dia alguém irá propor também a alteração d’Os Lusíadas, onde não faltam elogios bélicos à nossa Pátria.



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