Henrique Ferreira

Henrique Ferreira

Resistirá o Governo à crise da CGD?

A questão da CGD parece um problema menor mas pode tornar-se num problema maior porque António Costa e o PS  podem esticar a corda e pedir a demissão em caso de alteração pela AR do estatuto do privilegiado António Domingues.

É um caso intolerável do ponto de vista ético-legal, infringindo todos os princípios da proporcionalidade e da equidade. A Caixa é um banco do Estado, público portanto, como se costuma dizer, e os seus gestores não podem eximir-se às regras dos gestores públicos.

Admito que o Governo não conseguisse de outra maneira trazer António Domingues para a gestão da Caixa. Porém, os homens providenciais não resolvem problemas nem estruturais nem conjunturais. Nem António Domingues nem outro qualquer conseguirão resolver os problemas da Caixa porque os poderes políticos, de todos os partidos, querem gerir este Banco a seu bel-prazer para dar as benesses possíveis aos amigos e compadres. Tem sido sempre assim, desde o 25 de Abril.

Mas a questão aqui não é essa mas a da transparência e a da equidade. O Estado tem de dar o exemplo e não o seu contrário. É necessário exigir muito mais aos gestores públicos. De outro modo, confirmam-se a s minhas teorias de que quem manda no país não são os políticos mas a oligarquia gestionária, intocável e inamovível.

Choca-me também os 600.000 euros por ano, prémios incluídos. O Presidente da República não chega aos 150.000, mesmo com despesas de representação. Estamos cansados de homens providenciais que levam o país à ruína. Basta!


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