Barroso da Fonte

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Roberto Leal embaixador luso-brasileiro de eleição

Nasceu em  15/11/1951, em Vale da Porca, concelho de Macedo de Cavaleiros. Pelo batismo chamou-se António Joaquim Fernandes. Mas cedo se fez músico com o nome artístico de Roberto Leal. Oriundo de família numerosa e pobre,entendeu emigrar para o Brasil em 1962. Em 1971 gravou o seu primeiro, que lhe valeu o top brasileiro. Desde logo deambulou entre o Brasil e Portugal, sempre em ascensão artística. Nessa altura fixou residência em Sintra e no Brasil. O Jornal Notícias de Trás-os-Montes, que se publicava em Lisboa noticiou, em caixa alta, que em 1995 já tinha vendido nessa altura dez milhões de  discos. No Dicionário dos mais ilustres Trás-os-Montes, saído em 1998, lia-se que até essa data Roberto Leal já tinha conquistado mais 500 prémios e condecorações pela Diáspora da Portugalidade, pois os caminhos da Lusofonia, cruzaram-se do Oriente a Ocidente. E os discos de Roberto Leal, eram bagagem obrigatória, ao lado de Linda de Suza, Amália, Carlos do Carmo, António Sardinha e Alfredo Marceneiro. Lê-se ainda neste Dicionário «que participou em mais de seiscentos programas de televisão e entre 1995 e 1996, foi responsável de um programa musical da sua inteira responsabilidade. Mas com a mudança de governo foi «saneado» e o famoso cantor  teve de regressar, definitivamente ao Brasil, com a mulher e filhos. Toda a sua música primava pela temática da Portugalidade, da Família, da humanismo cristão. Aqueles que, antes e depois,  da revolução dos Cravos, tiveram de emigrar para sobreviver, reviam-se nessa temática que alegrava o corpo e a alma.

  Mas nesses anos apostados no desmantelamentos dos usos e costumes, os quadros políticos,   já medravam no lamaçal da sociedade. Ser cidadão aprumado, limpo, cioso dos seus descendentes, dos seus hábitos, contaminou-se. E depressa os vícios ultrapassaram os bons costumes, os nobres princípios propósitos de privilegiar os valores nacionais.

Tive o privilégio de, em 1987, na qualidade de vereador da Cultura da Câmara de Guimarães, convidar Roberto Leal, para dar um espetáculo musical, com a sua banda. Esse espetáculo decorreu no centro do Estádio Municipal da Cidade. Com o palco, devidamente preparado, contou com muitos milhares de presenças,  porque Roberto Leal, nessa altura, gozava de grande popularidade e o show tinha entrada gratuita. Celebrava a cidade Berço, com essa animação o dia das Comunidades Luso-Brasileiras. Só nessa altura o conheci pessoalmente. Mas nunca deixei de o admirar.

Dia 15 de corrente soube da sua morte pelas diferentes televisões. Se fiquei triste pela sua perda, tive, por outro lado, a oportunidade de verificar que os diversos canais televisivos, que apenas costumam trazer à luz do dia, os artistas da cidade – desta vez – fizeram justiça a um enorme Português, que passou a vida a alegrar os palcos, os auditórios e recintos públicos com temática Lusófona, em linguagem fraterna, nacionalista e cristã, sem vergonha, como tantos outros, da usar a nossa maior riqueza que é a Língua.  Saúdo o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Luís Carneiro, pela justa, oportuna e ajustada mensagem que traduz o que deixo dito. Confirmou que foi  uma perda muito significativa” para a comunidade portuguesa no Brasil e que o cantor “simboliza” uma geração de emigrantes que ultrapassou preconceitos e dificuldades.

Liderou uma geração que, «com a sua força, trabalho e mérito, conseguiu vencer os preconceitos e fazer-se respeitar. Trouxe ao Brasil outra imagem do país e de Portugal”,  evocando as “décadas de 50 e 60”.

O governante nota que os portugueses deixavam um país “muito pobre” e eram vistos como “vindo de um regime atrasado”. “Ele era o símbolo da música tradicional e popular portuguesa, numa síntese cultural com as manifestações musicais do Brasil. Foram recriadas e adaptadas aos tempos diversos”, acentuou. Tratava-se de um espírito determinado, com um enraizamento muito forte nas origens, fazendo delas uma força que o fez ser reconhecido e admirado no Brasil.»

Justíssimas palavras do Governante que mostra compreender o papel deste cantor Transmontano, como agente cultura da Lusofonia Transmontana.

Espero que o PR da República se digne atribuir a este cidadão Luso-Brasileiro o troféu que a sua passagem pela vida justifica, tendo em conta os critérios que tem usado para com outros que, nem de perto nem de longe,  fizeram o que Roberto Leal fez.

Barroso da Fonte


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