Barroso da Fonte

Barroso da Fonte

Rui Pereira - o «bombeiro» de todos os fogos mediáticos

O transmontano que pretendo aqui saudar pela sua formação jurídica, pela sua coerência e pela sua verticalidade cívica e moral, não precisa de que venha eu aqui cumprimentá-lo respeitosamente.

Faço-o numa altura em que a sociedade Portuguesa vive atormentada por diverssíssimas razões de ordem pandémica, pela desordem mundial entre países, com guerras fratricidas, desde o oriente, ao ocidente, pelos excessos geracionais que conflituam como se a vida humana fosse coisa pouca.

Rui Carlos Pereira – é a ele que me refiro – tem 65 anos e nasceu em Miranda do Douro e seu Pai foi chefe da Estação dos Caminhos de Ferro, de Chaves, onde fez os estudos secundários. Nessa altura tinha eu regressado de Angola e, durante dois anos letivos, lecionei no então Liceu da cidade, calhando-me uma turma de quintanistas, que primavam pela irrequietude própria da idade. Rui Pereira pertencia a essa turma que, a muito custo consegui manter em ordem, não obstante o então Reitor, muitas vezes me recomendasse silêncio.

Muitos anos depois, um filho do «Luís Careca», também chamado Rui, telefonou-me para, cheio de satisfação me dar a notícia: - Sabe que o meu colega, Rui Carlos Pereira foi nomeado Ministro da Administração Interna?

Só desde essa altura procurei acompanhar o riquíssimo percurso profissional deste Transmontano que brilhou não só no direito, como aluno e professor, entre 1981 e 1997. Foi Juiz Conselheiro do Tribunal Constitucional. Legislou em reformas administrativas nas áreas do Código Penal e Código da Estrada. Foi Secretário de Estado e Ministro da Administração Interna. Membro do Conselho Superior de Ciências Policiais e Segurança Social. Membro do Conselho Superior do Ministério Público, eleito pela Assembleia da República. Para além dos mais altos cargos académicos, profissionais e sociais, teve simbólicas condecorações, como a Comenda da Ordem as Liberdade e a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Fruto da sua intensa atividade, nos mais diversos ramos do saber, Rui Carlos Pereira, tem brilhado como comentador, analista e jurado, em infindáveis intervenções televisivas, jornalísticas, e em debates de natureza vária.

 Nesta área da mundividência nacional, europeia e mundial, em tantíssimos debates, foros, plenários e cimeiras, sempre Rui Pereira foi interveniente, arguente e moderador. A sua argumentação jurídica, os seus pareceres, a sua argúcia e, sobretudo, a sua ética cívica, cimentaram os seus juízos, as suas deduções e sábias decisões.

De uma humildade, serenidade e coerência admiráveis, Rui Pereira impôs-se como figura mediática para a clarificação de casos jurídicos, de todas as avaliações e natureza temáticas.

A sua honestidade, verticalidade e honorabilidade testou-a recentemente, com a demissão do alto cargo que ocupava no Benfica. Os acontecimentos que ocorreram nesse grande Clube vieram demonstrar aquela tríade de valores, tão raros nos tempos que passam.

Como Transmontano, como cidadão e como jornalista, com 68 anos de militância diária, presto a minha mais profunda admiração e respeito por este Português de Lei que honra todos aqueles privilegiam os valores da competência, da dignidade, da nobreza e da solidariedade.

 

Fotografia: Rui Pereira


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