Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Sexualidade (orientação, identidade, …)

A humanidade vai se desenvolvendo (ou evoluindo para alguns) e o homem vai acrescentado ao hétero matizadas tipologias de “orientação sexual” (a atracção, ou falta dela, afectiva e/ou sexual para com outro) e outras tantas “identidade de género” (como o indivíduo se identifica com a sua identidade sexual primária ou alterada a anatomia para satisfação da sua vontade), em que a “identidade de género” não condiciona a “orientação sexual”.

Como algumas das “orientações sexuais” temos heterossexual, homossexual, bissexual, assexual e pansexual/omnisexual. Na identificação de género encontramos desde o transgénero, cisgénero e não-binário.

A discussão, não generalizada, é se a expressão de género é congénita? Influenciada? Imergente de algum trauma sexual ou social? Ou ainda, se tem influência do meio ambiente? Onde a comunidade científica está dividida no contributo para a formação da identidade com o inato em paridade.

Para a “orientação sexual” fora da caixa do hétero, e fundamentalmente a comunidade homossexual, a sociedade cataloga por desconhecimento ou até pelo inverso, descrimina criando estereótipos associados, que em nada liberta e até dificulta o assumir as diferenças de interesse sexual.

A individualidade dos não heterossexuais, ainda que com uma poderosa associação como é a LGBTI+, acrónimo de Lésbica, Gay, Bissexual, Transexual e Intersexo (conflito ou convívio de órgão interno de sexo masculino e feminino), mais…, têm dificuldade em se assumir nalgumas sociedades mais ortodoxas e noutras pelo receio de discriminação e também pela condenação de vários credos!

Esta comunidade não hétero, está muito protegida nos círculos de poder político e até nos de entretenimento. E, é nestes meios que a assunção da sua “orientação sexual”, pela mediatização e de modelagem para os encobertos, é mais assumida. Nada a opor se fosse só para dar coragem aos encobertos por manifesta falta de coragem mas, a modelagem, que como é do conhecimento geral, é uma das formas de melhor aprendizagem (ver Aprendizagem vicariante de Albert Bandura e a evolução desta para a teoria sócio-cognitiva), é provável que possa influenciar (se e quando seja a figura significante) a criatividade sexual de jovens, que de outra forma não seria criada a apetência ao desconhecido. Fica então a dúvida, e continua a discussão, sobre se homossexuais devem poder adoptar crianças e se esse convívio: meio ambiente e modelagem; não vai influenciar a sexualidade dessas crianças. Pode até nalguns jovens expressar constrangimentos com desenvolvimento de patologias, no convívio social e educacional, por exemplo, a uma pergunta simples: como se chamam os teus pais? E, a resposta poderá ser os meus pais chamam-se, António Pires e António Dias.

A Organização Mundial de Saúde em 2018, anunciou a retirada dos transtornos de identidade de género do capítulo de doenças mentais e passar a ser chamado de incongruência de género, ao retirar esta de um transtorno mental, é uma marca importante para a redução do estigma e da discriminação em relação a essa população e em simultâneo a garantia de acesso à saúde.

Mais um passo gigante para o direito à autodeterminação da “identidade de género” e a livre expressão de género, com direito à protecção da sexualidade pessoal, por lei nalguns países desenvolvidos.

Pessoalmente não tenho preconceitos para com esta população (não hétero), mas, por absurdo se houvesse só homossexuais o Mundo terminava, então, podemos defender que a homossexualidade é contra natura? Caso, Adão e Eva, os primeiros habitantes do reino de Deus, não fossem heterossexuais, não teriam sido além dos primeiros os únicos?

Pois, é esta a minha metacognição, que me leva a discorrer, à margem de dúvidas da orientação e identificação sexual.

Bragança, 25/05/22


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