Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

SIM ao Exército Europeu

O Presidente da República (PR) pronunciou-se em França (?) sobre a criação do Exército Europeu (EE), dando a sua opinião negativa. Enquanto PR e o mais alto magistrado da Nação, sem ter havido essa discussão em Portugal e na Europa, embora fosse desejável que tivesse sido tema da ultima campanha para as últimas eleições europeias, qual e a que propósito a oportunidade da opinião? Como sabemos que estes políticos não dizem nada que não queiram dizer, podemos aventar que quis condicionar os Portugueses e Portugal ao seu querer. Será esta uma das competências do PR?

Em Portugal o PR é por força da Constituição e por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas (CSFA), com a criação do EE, o PR deixava de o ser, pois teria de depender politicamente da EU e funcionalmente de um Comandante Supremo das Forças Armadas do Exercito Europeu. Então o PR, olhou mais ao que lhe era retirado (CSFA) e não ao possível interesse da EU, de Portugal e dos Militares Portugueses?

Sem ser especialista na matéria, mas com direito de alvitrar, penso que Portugal, as Forças Armadas Portuguesas e a UE, teriam a ganhar com o EE. Vamos ver, o EE sobre duas dimensões a politica e a operacionalidade, sob o desígnio da defesa do espaço da Europa.

Na dimensão política, tudo que acrescente ao reforço dos laços de união e consolidação da UE é bom. Neste caso fortalece um dos maiores desígnios para que foi criada – inviabilizar guerras na Europa. Não havendo exércitos nacionais este paradigma, dentro dos Estados Membros, não se coloca. A capacidade de influência (resfriamento comportamental) aos restantes Países, não incluídos na EU, é incomparavelmente superior.

Portugal em 2018, alocou ao Ministério da Defesa (segundo dados da Pordata) 0,8% do PIB (201 530,5 M €). O TOP 30 dos Países que mais investem na defesa é liderado pelos EUA (3,3% - 597,5 $bi.); Seguido da China (1,9% - 215,7 $bi.); Rússia ( 5,5% - 69,2$ bi.). Da UE28, a França com (2,3% - 55,7M bi.) é o Pais que mais investe, seguida do Reino Unido (1,9% - 48,3 $ bi.) e da Itália (1,5% - 27,9 $ bi.). A média dos Países da EU28 constantes no TOP30 é de 1,7% o que corresponde 32,85$bi. Pegando no PIB da EU28 (15 869 095,6 M€), utilizando a média do TOP 30 dos Países da EU (1,7%) teríamos o valor de 269,8 M€. Este valor colocava a UE em 2º lugar do TOP 30. Que EE podia construir a UE? E a parceria NATO e UE não seria desencorajador para qualquer comportamento beligerante no Mundo?

E as nossas Forças Armadas como ficavam? no pior cenário perdíamos os CEMGFA, CEMFA, CEMA e CEME, porque passariam a ser do espaço europeu. O que não invalida, pela capacidade reconhecida aos Portugueses no geral e em particular aos nossos militares, que não viessem a ocupar alguns destes lugares. O incalculável ganho em conhecimento, experiência e remuneração, o poderem provar que se não são melhores é porque não têm os meios que outros dispõem, seria consideravelmente motivador para todos aqueles que quisessem fazer carreira militar. No que diz respeito, aos Quarteis ou Bases, dada a posição geoestratégica excelente, aérea e marítima, para a Europa e Oceano Atlântico, seriamos pela certa privilegiados, aliás, vê-se pelo investimento actual dos EUA na Base das Lages e da NATO.  

Senhor PR, pelo explanar do meu pensamento, nunca poderei, nem compreender a sua opinião, como é óbvio, estar de acordo consigo, o que vem sendo uma constante. 

Baptista Jerónimo


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