Chrys Chrystello

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Solidariedade que me faz crer na humanidade

Crónica 418

De repente dou comigo a acreditar, de novo, na humanidade. Em tempos, pedi num fórum de Timor, a qualquer alma caridosa que me enviasse uma “lipa” timorense, para substituir a minha esfarrapada, com mais de 47 anos e que ainda uso. Na Austrália usava-a na praia, aqui sou mais comedido e só a uso em casa. A lipa é uma espécie de “sarong” ou “sari” que os homens usam enrolada à cintura e que adotei desde que vivi em Timor (1973-75).

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<p>Description automatically generated Guerreiros de Timor

(exemplos de lipas atuais e antigas)

Nesse fórum uma pessoa que não conheço pessoalmente (Helena Olga Jesus, cooperante no ensino em Liquiçá), amiga dum amigo comum, o editor Francisco Madruga, ofereceu-se logo e hoje recebi no correio, não uma mas três lipas, uma pequena bolsa ou saca típica que as mulheres usam e mais umas pequenas lembranças de Timor.

Ora bem, numa era em que as pessoas se insultam e agridem verbalmente por mera divergência de opinião, é deveras reconfortante registar esse gesto solidário, que merece da minha parte um agradecimento público, pela generosidade da dádiva, pela simpatia e compreensão do meu insólito pedido.

Só quem viveu pelos orientes entenderá o que aqui escrevo, eu que sou um ocidental muito orientalizado e eternamente ligado a Timor. Bem-hajas, Helena Olga Jesus, por este gesto que muito nos sensibilizou e que fica gravado para memória futura.

Chrys Chrystello, Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

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