Alexandre Parafita

Alexandre Parafita

Também há campeões assim

Samuel Fraguito. Lembram-se? Para muita miudagem que atravessou os anos 60 e 70, ele era uma espécie de “Cristiano Ronaldo” dos dias de hoje. A diferença maior estava apenas nos milhões e cifrões que os distanciam. Porque o seu nome, Fraguito, também bailava nos gritos da miudagem, em especial nos recreios da escola, enquanto disputávamos as “caricas” com o seu rosto e festejávamos os golos que vinham a preto e branco nos ecrãs da TV. Era um prodígio com a bola nos pés. Voava como um gavião sobre o relvado. Foi duas vezes campeão nacional pelo Sporting. Marcou golos decisivos para as vitórias. Foi seis vezes internacional pela Seleção Nacional. Numa delas, há 41 anos, fez parte desse naipe de heróis de Portugal que alcançou a famosa vitória contra a França, humilhando-a em pleno estádio de Colombes, em Paris.  Honrou por isso as cores de Portugal. Honrou a Pátria

Hoje é um discreto funcionário da UTAD, zelador do edifício do Bloco Laboratorial. Humilde, honesto, assíduo, dedicado, gentil, responsável, atencioso. Também há campeões assim. Sem Ferraris, sem iates, sem férias em ilhas paradisíacas, sem namoradas descartáveis, sem milhões nas contas bancárias. Honra-me ser seu amigo. 


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