Barroso da Fonte

Barroso da Fonte

Transmontano Júlio Fragata nasceu há 100 anos

Foi Professor de História da Filosofia Moderna e Contemporânea na Faculdade de Filosofia de Braga e na Faculdade de Letras do Porto.

Lecionou as cadeiras de Ontologia e Metafísica, Filosofia Teológica e Metodologia. Orientou teses de Mestrado e de Doutoramento e constituiu, com outros, vários júris de doutoramentos, de concursos e agregações de professores nas mais diversas Universidades Portuguesas.

Proferiu inúmeras conferências sobre filosofia, pastoral e cultura. Permutou milhares de cartas com seus correspondentes desde gente simples a bispos a catedráticos e alunos. Contribuiu para o lançamento da secção em Viseu da Universidade Católica Portuguesa, na extensão madeirense desta Universidade, das quais foi professor; e chegou a ser abordado pelo Presidente da Direção da Sociedade Martins Sarmento, com o qual se comprometeu a criar em Guimarães, um Centro de Estudos Humanísticos, só não avançando pelo facto de aí se instalar a parte das tecnologias da Universidade do Minho.

Em colaboração com os Catedráticos Alexandre Morujão, Francisco da Gama Caeiro e António Paim, promoveram a edição da Enciclopédia de Filosofia, que teve 5 volumes em cada uma das três áreas: Biblos, Logos e Polis

Nasceu em Seixo de Ansiães, no concelho de Carrazeda do mesmo nome, no distrito de Bragança, a 17 de Abril de 1920. Doze anos depois iniciou estudos preparatórios no Seminário da Costa em Guimarães. Entrou no noviciado da Companhia de Jesus em 1937, onde fez os estudos de Humanidades Clássicas, indo depois para Braga, para o Curso de Filosofia.

Obteve a Licenciatura em 1947, ano em que deu início aos estudos de teologia na Universidade de Granada, prosseguindo-os, em 1949, na Faculdade de Teologia da Universidade de Innsbruck (Áustria). Licenciou-se em teologia em 1951. Defendeu em 1954, em Roma, na Universidade Gregoriana, a tese de doutoramento sobre A Fenomenologia de Husserl como Fundamento da Filosofia, escrita num estilo simples e muito claro. Após o doutoramento passou a ensinar História da Filosofia Moderna e Contemporânea na Faculdade de Filosofia de Braga.

Desde essa data e até 1960, ministrou vários cursos no Centro de Estudos Humanísticos, anexo à Universidade do Porto, sobre História da Filosofia Moderna, nomeadamente do Renascimento a Kant, Fenomenologia de Husserl, Filosofia da Existência e Materialismo Dialético.

Desde 1962 fez parte da Direcção da secção de Filosofia da VERBO – Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, na qual colaborou assiduamente. Foi membro fundador do Centro de Estudos Fenomenológicos, em Coimbra, de cuja Direcção fez parte de 1965 a 1985, Presidente da Assembleia Geral da Associação Jurídica de Braga, Director da Faculdade de Filosofia de Braga da UCP de 1968 a 1971 e de 1978 a 1985.Foi Superior Provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus de 1971 a 1977.

Braga, Viseu e Amares perpetuaram o seu nome na toponímia. O Ministério da Educação louvou-o. E a imprensa séria rendeu-lhe os maiores elogios como pedagogo, como académico, como  Fenomenólogo e pensador, para além de Superior Provincial da Companhia de Jesus a que presidiu. Partiu em 27/12/1985. Deixou uma obra volumosa e de ciência viva na área da ontologia.

Tive a sorte de ser seu aluno de ontologia, como pude prestar-lhe a minha homenagem no I volume do Dicionário dos mais Ilustres Transmontanos e Alto-Durienses.

Acabo de saber que está marcada para dia 17 de Abril próximo, uma justa Homenagem por Antigos CAIC – Alunos do Colégio de Jesuítas, em Cernache e por caminhos que o Mestre também percorrera. Lázaro Alfredo Alves e Américo de Sousa deram-me essa boa nova.

O José Maria Barroso Gonçalves que esteve no mesmo barco e que me trata como se fosse meu irmão, prontificou-se para me dar boleia. Receio que haja condições para essa deslocação a Seixo de Ansiães. Seja nessa ou noutra data, ficam a saber os meus leitores que  esse talentoso Filósofo será lembrado por este primeiro centenário do seu nascimento.

Barroso da Fonte


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