João Miranda
Um candidato que não queria pagar a dívida soberana
Em Dezembro de 2011, quando o país atravessava uma grave crise financeira, num jantar de Natal do PS em Castelo de Paiva, Pedro Nuno Santos afirmou que Portugal poderia ameaçar não pagar a sua dívida soberana naquelas condições, tendo defendido que o Governo deveria questionar as exigências dos credores internacionais, nomeadamente os banqueiros alemães, ou renegociar a dívida para poupar os portugueses.
Acontece que, depois de em 2011 ter dito que Portugal não tinha de pagar as dívidas, que podiam tremer as pernas aos banqueiros alemães que se estava a marimbar; confrontado com isso numa recente entrevista à TVI/CNN Portugal, «disse que agora é um homem de "contas certas" - que é curiosamente a mesma expressão que Fernando Medina utilizou para dizer por que motivo apoia José Luís Carneiro e não o próprio Pedro Nuno Santos. Um Pedro Nuno Santos que pediu nesta entrevista para o país esquecer o Pedro Nuno de 2011 e pensar sobretudo no Pedro Nuno de 2015 a 2019». Já como ministro, sabe-se que esteve implicado no apoio de 3,2 mil milhões à TAP; outro meio milhão vamos ter de pagar à administradora, Alexandra Reis, e outros dislates que ajudaram a conduzir à queda do governo, a meio do mandato.
A atribuição da indemnização causou fortes críticas a Pedro Nuno Santos, sobretudo da oposição, nomeadamente visando a sua alegada impulsividade e o alegado pouco discernimento na gestão de dinheiros públicos. Como, por exemplo, autorizar o pagamento da indemnização de 500 mil euros à antiga administradora Alexandra Reis que, apesar de ter saído da transportadora aérea para ocupar o cargo de Secretária de Estado do Tesouro, pediu aquela indemnização milionária, a que, em princípio, apenas teria
Outros casos polémicos de PNS
Se houvesse um campeonato de falhanços políticos, Pedro Nuno Santo seria um dos mais fortes candidatos ao título.
Em 29 de junho de 2022 anunciou uma nova solução aeroportuária para Lisboa, que passaria por avançar com o Montijo, para estar em atividade no final de 2026, e Alcochete e, quando este estivesse operacional, fechar o aeroporto Humberto Delgado. No dia seguinte António Costa anulou a decisão de Pedro Nuno Santos sobre a construção dos novos aeroportos.
Em Fevereiro deste ano foi noticiado que entre 2005 e 2015, enquanto deputado pelo PS, recebeu 203.000 euros a título de ajudas de custo e subsídio de deslocação. Pedro Nuno Santos refutou a existência de qualquer irregularidade, afirmando que, até ter integrado o governo em 2015, a sua residência principal e "o centro da sua vida pessoal, familiar, social e política sempre foi em São João da Madeira". Confirmou ser proprietário de um apartamento em Lisboa, mas no qual residia apenas durante os trabalhos parlamentares.
João Miranda