“Um dia as notícias serão diferentes”
A doença oncológica apresenta taxas de incidência elevadas nos nossos dias. A conceção da dor e da fatalidade que lhe estão associadas, marcam negativamente o dia-a-dia dos doentes e das suas famílias. Esta também está relacionada com o aumento da esperança média de vida. Se por um lado, vivemos mais tempo, a probabilidade de um diagnóstico de uma doença oncológica aumenta; a verdade é que, com os avanços da medicina e a cronicidade da mesma, são cada vez mais os fatores de esperança, para os quais, devemos ter as melhores respostas ao nosso alcance.
Relativamente ao Distrito de Bragança, numa pesquisa de notícias sobre a doença do século, verificamos alguns títulos, que passo a citar:
JN – 22-07-2014 : “Bragança ficou sem a única médica oncologista que tinha”;
CM - 02-09-2014 : “Centro Oncológico de Vila Real passa a tratar doentes também em Bragança – Deslocações acontecem consoante“;
Porto Canal- 22-09-2016 : “Doentes oncológicos de Bragança vão ser referenciados para Vila Real”;
São notícias, cujos títulos era bom que não se repetissem, se houver vontade e uma boa gestão dos recursos, acredito que deixará de ser necessário aos Brigantinos, em determinadas doenças e, em especial a tratada nesta crónica, deslocarem-se para outros distritos ou cidades para dar seguimento aos tratamentos de que necessitam.
O conforto psicológico para a recuperação de um doente é fundamental e acredito que a distância também, como por exemplo, o ter que dar o seguimento aos tratamentos no IPO do Porto; tal fato, certamente, com interferências e impactos na recuperação do doente e, também, na estabilidade familiar, na qual, o paciente encontra o 1º suporte e apoio.
Relativamente à saúde, seria importante assistir-se a uma verdadeira revolução do papel que os Hospitais e as Unidades de Saúde, atualmente desempenham, mais no diagnóstico, do que como o espaço ideal na promoção da prevenção; acredito que os benefícios associados seriam francamente melhores. É urgente educar para a prevenção, em detrimento de se aguardar um mau diagnóstico, quando temos bem estudada a probabilidade do aparecimento de determinada doença, atendendo por exemplo. ao sexo e à idade, entre outros.
Seria uma medida interessante de implementar nestas unidades, ainda para mais, facilitada com o apoio que temos das novas tecnologias, a criação de uma base de dados com os dados clínicos da população, de todo o Distrito, para que os agentes de saúde possam sugerir medidas de prevenção de acordo com o histórico clínico do paciente.
Acredito e defenderei, um esforço conjunto com as Autarquias e o Governo, até à celebração de protocolos com os diferentes IPOS, a possibilidade de se encontrar a melhor solução, ora investindo nas infraestruturas existentes ou mesmo na sua construção, e nas condições técnicas e materiais, para que as cirurgias e os tratamentos das doenças oncológicas estejam ao alcance de todos os Brigantinos, sem a necessidade de continuarem a ser referenciados para outros distritos ou localidades.