Existe um intervalo exageradamente lato entre os jogadores de futebol e que não é só no rendimento!
FUTEBOL é festa, convívio, ansiedade, move multidões, alimenta sonhos, é um mundo à parte (será?), mas que se alimenta no povo directa e indirectamente.
Diria que temos três escalões:
Os jogadores que jogam na LIGA: divididos em duas classes profissionais: os multimilionários e os que têm os direitos garantidos.
Os que jogam no Campeonato de Portugal: Jogadores (amadores e profissionais) com idade entre 19 e 35 anos, uns atrás do sonho de chegar à LIGA e outros que vêm de lá.
O outro grupo é os Distritais: Jogadores amadores, directores subsidiários, sócios disponíveis para ajudarem (nem todos). É por excelência o Campeonato de proximidade.
Os jogadores que jogam na LIGA, fruto do excelente Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, estão bem protegidos, de salientar que este sindicato, sem obrigação, presta apoio aos jogadores não profissionais.
No grupo dos Distritais nem tudo vai bem, mas fruto do conhecimento e até amizade entre jogadores e directores, vai funcionando.
MUITO GRAVE É O QUE SE PASSA NO CAMPEONATO DE PORTUGAL.
Como é possível que a Federação Portuguesa de Futebol, tão poderosa financeiramente, tão reconhecida no Mundo, conviva bem com a decadente, humilhante e pobreza do Campeonato de Portugal e não tenha tomado posições para terminar com esta situação que não é comparável com qualquer outra actividade. Sim, como entidade organizadora é responsável.
Neste Campeonato temos jogadores que não recebem, ordenados de 300 € no “negro”, jogadores a pedirem “esmolas” para socorrer companheiros, clubes sem legitimidade, condições de trabalho de terceiro mundo (?) e outras coisas que nem se podem escrever.
O que vem noticiado num jornal desportivo a ir para a frente vem resolver muitos problemas, haja coragem e se não tivermos 5 séries, mas tivermos 2 ou 3, com ausência destes problemas, tanto melhor.
As Autarquias têm de ter mais critério na atribuição de subsídios e exigir garantias reais às direcções em como o dinheiro dos contribuintes é bem utilizado, este só será, se for aplicado na formação como a legalidade o exige.
As associações de Futebol Distrital, bem que podiam estar mais atentas e denunciar junto da FPF e não só os comportamentos desviantes da boa conduta das partes.
Aos directores é obrigatório que assumam as responsabilidades contratualizadas, o jogador é um homem, tem família e as inerentes obrigações.
Os sócios e simpatizantes dos Clubes não podem demitir-se das suas responsabilidades de fiscalização, pois no mínimo são co-responsáveis.
A Comunicação Social e os Senhores Jornalistas, já denunciaram e dão eco, mas ainda podem fazer muito mais.
Bom “chapéu” tem os árbitros e os treinadores, embora nos últimos, se fale de situações condenáveis nas quais o Sindicato e a FPF fecham os olhos. Estou a falar da forma ilegal e oportunista em como algumas pessoas obtêm níveis de treinador, inclusive o nível 4, sem nunca terem treinado ou ainda a ilicitude de apropriação de identidade de outro. Lamentável, dada a credibilidade, justa, que os treinadores portugueses têm além-fronteiras.
Senhores jogadores não facilitem, exijam contrato de trabalho para terem os mesmos direitos dos restantes trabalhadores: Segurança Social, Subsídio de Desemprego, direito ao SNS e pensem na reforma. Sem Vós não existe futebol.
No futebol, para “rodarem” milhões, não é necessário haver tanta podridão, ilegalidades e pobreza.
