Sobrinho Teixeira, natural de Mirandela, licenciado em Engenharia Química pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (1985) e doutorado na área de Mecânica de Fluidos pela mesma Universidade (1998). 

Pertenceu aos quadros do Complexo Agroindustrial do Cachão, onde desempenhou funções de engenheiro de produção e, posteriormente, de direção do planeamento e controlo da produção, entre outras funções.

Foi, durante cerca de 6 anos, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, estando agora a terminar o seu mandato.

Em entrevista ao Diário de Trás-os-Montes, no passado Domingo dia 12 de dezembro, em direto do Castelo de Bragança, fez um balanço do seu mandato e comentou o convite que lhe foi dirigido pelo PS.

Transcrevemos aqui só algumas perguntas, a entrevista na integra tem 24 min e pode ser vista no vídeo que disponibilizamos em baixo.

Recentemente foi convidado por António Costa para ser o cabeça de lista PS pelo distrito de Bragança, nas próximas eleições legislativas de 30 de janeiro.



E foi por aí que começou esta nossa entrevista: 

DTM: Como encara este novo desafio na sua vida política, sabendo nós que é mais um homem de acção?

Sobrinho Teixeira: Como sabe sou independente, naturalmente eu ajudei, eu estando no governo, ajudei a elaborar este novo orçamento que não foi aprovado, mas ajudei a definir políticas, portanto naturalmente estou de acordo com as politicas muito viradas para as pessoas,  nomeadamente na no ensino superior, viradas para a democratização e para o incremento de jovens no ensino superior, mas como o António dizia eu sou um fazedor, eu como deputado espero fazer coisas, um porta voz das pessoas e pode ser uma pessoa que ajude a construir coisas mediante aquilo que acha que é a melhor estratégia para a região, muito como no meu percurso de vida em muito em prol da região, nomeadamente no Cachão ponde iniciei a trabalhar.

DTM: O Cachão vai continuar a estar na ordem do dia e no pensamento dos transmontanos.  O que falhou?

Sobrinho Teixeira: Na altura houve um erro de abordagem injusto em relação ao Cachão, ou seja, o Cachão foi feito para desenvolver a região e, portanto, tinha que receber os produtos que a região produzia e arranjar solução para eles, mas ao mesmo tempo era-lhe exigido que tivesse lucro na atividade lucrativa, ou seja, tinha uma função de implementar …. mas depois também se exigia uma função empresarial e muitas vezes as duas coisas não são compatíveis pois teria que haver uma solução atribuindo um valor à uma certa função do Cachão, um bónus pelo trabalho que estava a fazer.

DTM: Esteve aproximadamente 6 anos no governo como Secretario de Estado, que marca deixou?

Sobrinho Teixeira: A questão do Ensino Superior foi das atividades mais gratificantes onde trabalhei, trabalhando a nível nacional tenho a plena noção que nós conseguimos aquilo que é hoje a qualificação dos portugueses. Deixa aqui apenas uns números: O mais emblemático é que 50% dos nossos jovens com 20 anos estão no ensino superior, algo que era impensável há uns anos atrás. O trabalho que temos feito e aquilo que vamos deixar é para conseguirmos 6 em cada 10, ou seja, 60% no Ensino Superior antes 2030. 10 minutos

DTM: O número de 60% dos jovens no Ensino Superior está próximo dos números da Europa?

Sobrinho Teixeira: Portugal está, neste momento, nos países da Europa com maior qualificação e acima da média europeia, comparando a Finlândia e a Irlanda. Havia uma diretiva europeia onde dizia que Portugal devia atingir em 2020, 40% da sua população jovem adulta, meta esta traçada a todos os países europeus. Portugal acabou o ano de 2020 com 45,5%.

DTM: Falemos agora da menina dos seus olhos, a consolidação do Instituto Politécnico de Bragança, esteve na criação de um novo polo em Mirandela e agora de uma nova escola em Chaves. São iniciativas, a nível local, com um grande relevo e impacto na regional.

Sobrinho Teixeira: Foi possível, em Chaves, criar um centro de investigação na área da água que agora evolui para um laboratório colaborativo. Chaves deve ter uma grande oportunidade e deve olhar como uma oportunidade para a área da água. O nome da escola, em inglês é Water Scholl (em português, Escola da Água). A água vai ser um dos fatores mais determinantes no futuro, mais cruciais para a sustentabilidade do planeta e de Portugal. Esta vertente é uma vertente que vai acrescer a Chaves, mas que também vai acrescer ao país. Chaves, do ponto de vista regional, merecia e tinha que ter Ensino Superior a este nível.

Relativamente ao curso de medicina em Vila Real é absolutamente determinante, é sabido a falta de médicos em Portugal, ou sobretudo de haver uma melhor distribuição dos médicos em Portugal, e isso também se faz implementando políticas que levem as pessoas para os locais.

Ajudando a trabalho um centro académico clínico, pela componente importante que tem na área da veterinária e outras valências na aérea, veja o caso das doenças zonóticas, com a particularidade de fazer muita investigação nessa área.

O IPB é um dos grandes exemplos onde se conseguiu posicionar uma instituição de ensino, as pessoas podem não saber, mas o IPB é a maior instituição de ensino somando todas a Universidades e Politécnicos de todo interior de Portugal, com cerca de 9000 alunos, é um exemplo e uma inspiração para outras instituições.

DTM: Em que direção corre a questão das propinas e das bolsas?

Sobrinho Teixeira: “Nós queremos que Portugal tenha cada vez mais jovens qualificados, é um benéfico para todos, para o país possa progredir, o investimento nessa qualificação é para a pessoa, mas é também para nós todos, e isso é encarado com um investimento, daí que temos que ter mais bolsas para esta politica, neste momento temos 78 mil bolsas atribuídas e também a redução da propina, nós reduzimos a propina em 20% em dois anos, esta é uma mudança de paradigma no ensino superior, o ensino superior tem que ser visto como a classificação mínima que nós vamos ter no futuro, para o mercado de trabalho e para o exercício da cidadania.

E no alojamento, temos tudo finalizado, são 375 milhões de euros mudar no período do PRR e possamos atingir 15 camas no final.

DTM: Como é que se pode avaliar o trabalho dos laboratórios colaborativos?

Sobrinho Teixeira: Pelo próprio modelo que temos à cerca daquilo que deve ser o financiamento e a gestão de um laboratório colaborativo. O modelo que temos idealizado é um modelo em que, um terço, deve ser por um financiamento baze atribuído por nós (…); um terço deve ser orçamento competitivo (…) e o terceiro deve ser “vendendo ciência e vendendo conhecimento” (…). 

Entrevista de António Pereira, Fotografia e vídeo: Carlos Espírito Santo

 

 

 

 

 



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