Mirandela serviu de pano de fundo para uma entrevista com o Frane Selak.

Frane Selak, é de Mirandela e ganhou o lugar na final do recente concurso de música da EDP Live Bands 2020, foi o mais votado pelo público, o seu género musical é o hip hop, faz as letras primeiro e depois pede a amigos para musicar, da sua cabeça saem ambientes e ritmos musicais de extrema complexidade e harmonia, músicas completas que nos deliciam e contam histórias fantásticas que queremos continua a ouvir.

  A sua banda musical já o conhece como os dedos da mão se conhecem entre si e interagem para nos dar um resultado final que é extraordinário, músicas simples que ficam no ouvido e que queremos trautear, como exemplos de “Chave do bar”, Na Bô Môn" e Epifanico

 

DTOM: Frane Selak como é que se cataloga a tua música? Que género musical é que é a tua música?

-O meu género musical é o hip hop... Dentro desse Género existem subgéneros como o Boom Bap, o Trap, Drill, até a data são as sonoridades que tenho apresentado.

DTOM: E Frane Selak, como é que chegas a este nome?

-Por acaso, tenho notado ao longo deste percurso que as pessoas têm uma certa dificuldade em prenunciar o nome (Há nomes mais difíceis...) Acredito...(risos) e mais fáceis de também. Mas Frane Selak, eu costumo dizer isto e isto é verdade, não fui eu que escolhi o nome, o nome escolheu-me a mim, e eu explico porquê...porque estava numa altura da minha vida, se calhar ali nos meus 24/25 anos em que estava a ser muito pouco produtivo e estava entregue aquela rotina do baldas, da playstation, do não ir às aulas e ficar no sofá com os amigos se calhar a ter comportamentos menos próprios e houve uma altura em que um gajo, o Stivane Jesus, me estava a ler um excerto que encontrou na net sobre o Frane Selak, que é um professor Croata que é autonomeado como a pessoa com mais sorte no mundo. Eu reparei ao conhecer a história da pessoa que, não interessa quantos acidentes teve e o que de mau lhe aconteceu, ele voltava sempre ao de cima, com garra e continuava a viver. Eu não é que tivesse tido grandes acidentes, que não tive felizmente, mas há sempre altos e baixos da nossa vida que nos desviam às vezes daquilo que gostamos mesmo. Na altura quando ouvi aquele nome e ouvi as histórias fiquei com aquela sensação... Já fazia alguma música amadora, mas fiquei com aquele bichinho de... “Um dia vou fazer um álbum e vai-se chamar Frane Selak Volume1” (risos)... Eu tinha outro nome artístico anteriormente, mas eu acho que, não sei se as pessoas tinham esse feeling, mas eu associava aquele nome artístico a um lado infantil e imaturo, pouco profissional e então na altura quando decidi mesmo arrancar com este nome artístico. Esta história tem algo que também de certo modo pode-se comparar à minha, eles foram acidentes físicos, os meus podem ser emocionais e pronto estamos aí desde que começou é sempre para a frente.

 

DTOM: Tem agora 30 anos, com que idade é que surgiu a sua veia para a música?

-Eu penso que desde muito pequeno tinha qualquer coisa que me chamava para a música e creio que foi com 16 anos que fiz a minha primeira letra, a minha aptidão musical é no sentido sempre de compositor de escrita, digamos assim, porque a parte instrumental nunca desenvolvi essa capacidade, acho que não tenho essa aptidão...a minha aptidão é mais de escrita.

 

DTOM: Quer dizer, mas a sua aptidão para a música é mais escrita...é mais importante para si a escrita?

-Tudo é importante na música, um todo é global, mas a minha parte de criação aquilo que eu faço é escrita, unica e exclusivamente escrita.

 

DTOM: Mas escreve a música em pauta?

-Não, quando falo de escrita é da letra em si. A melodia, o instrumental está sempre a cargo da pessoa com quem trabalho. Neste momento a pessoa que me tem acompanhado nesse processo é o Slamtype.

 

DTOM: Então você digamos é um escritor de música, é um pensador de letras... ?

-Exatamente, é mesmo isso.

 

DTOM: Isso é curioso, porque sai uma música muito harmoniosa e completa e quem ouve não sabe que é tudo imaginado na sua cabeça, ... mas e a música quem é que compõe?  é você e outra pessoa?

-Sim, sempre com mais alguém, geralmente é com o Slamtype, mas lá está é sempre conforme o tempo e a necessidade... também vou conhecendo novas pessoas e vou trabalhando com elas. Por exemplo no inicio não era assim, mas agora até tenho algumas pessoas que me enviam instrumentais e dizem: “Olha o que é que dizes deste? O que é que achas? Achas que isto te inspira...Escreve aí uma coisa neste beat...Tenho aqui isto...” E aquilo de facto se me inspirar e se me disser alguma coisa eu começo a escrever sobre aquilo e a imaginar a música como é que vai ficar.
As pessoas sabem sempre qual a parte creativa que respeita a quem, deixo isso bem explicito nos créditos ou na descrição das músicas.

 

DTOM: E notas musicais essa parte é o básico “dó ré”... aprendeu alguma coisa na escola por exemplo?

-Isto parece assim um bocadinho estranho mas a verdade é que...nos meus primeiros anos de escola da primária, eu tinha aulas de música com uma professora, até era uma “irmã”que era a irmã Salete ela deu-me algumas noções, mas tenho essas noções primárias de música, nomeadamente a flauta e a guitarra. Depois também andei aqui na Musilândia com o professor Óscar onde aprendi a tocar os primeiros acordes de guitarra e fazia esses solfejos e essas leituras das partituras, mas nunca desenvolvi, isto numa fase muito embrionária, nunca desenvolvi essas aptidões, ou seja, de partituras sei o básico.

 

DTOM: Mas para fazer a canção final, na construção melódica da música você participa? Você imagina, escreve o poema e depois com esse letra já “imagina” uma canção final?

-A coisa é mais...é diferente. Eu ouço sempre primeiro o instrumental e a melodia daquele instrumental vai-me levar para um lugar da minha escrita que eu não sei qual é. Mas há sempre uma chamada do instrumental...parece que aquele instrumental está a pedir que eu escreva nele, que eu cante em cima disso.

 

DTOM: O Frane com essa base inicial de música escreve um poema e depois reúne-se outra vez para fazer depois a música final. E você aí também intervem?

-Aí eu intervenho, porque aí eu ...depois à medida que estamos a fazer, que estamos a gravar, há ali alguns aspetos, “olha a batida devia ser assim...aqui devia ter um piano ou um saxofone ou podia ter este baixo ou podia fazer a transição desta maneira, a bridge para o refrão deveria ser assim… aí já tenho alguma noção de como gostava, mas é tudo muito de ouvido. Às vezes nem sei explicar á pessoa o que é que quero ali em concreto. A pessoa que normalmente me acompanha (Slamtype), é a pessoa com quem eu mais gosto de gravar e estou mais á vontade porque ele também já começa a perceber qual é a minha necessidade e qual é a minha ideia e então consegue levar as ideias que eu tenho a bom porto, isto sempre tendo em consideração as ideias dele também, aí sim surge o produto final.

 

DTOM: Esse é um processo muito interessante... E depois escreve sobre o quê? Quais são os temas que lhe veem à mente?

-Eu geralmente escrevo sobre os meus dramas, sobre as minhas frustrações, as minhas felicidades... Eu escrevo muito à cerca da minha vida do quotidiana, do que me rodeia, daquilo que observo, daquilo que o meu olho clínico digamos assim absorve e faço uma introspeção, a minha música é mais introspetiva. Não é que não tenha aquela parte mais festiva que tem e mesmo quando eu escrevo letras de introspeção normalmente o refrão tem uma coisa mais cativante e mais explosiva para não ser só aquele registo, mas normalmente a minha escrita é sempre mais introspetiva.

 

DTOM: E você toca sempre com os mesmos músicos?

-Geralmente é sempre com os mesmos músicos, na fase de criação das músicas pode ser gente diferente nomeadamente, por exemplo, na fase de criação, a gente até tem colaborado com mais pessoas no sentido de...precisamos de uma guitarra, vamos arranjar um guitarrista...o ultimo da ultima música (Sonho) foi o Duarte Vega , na música da Chave do Bar, foi o Eduardo Beça que já tocava conosco no projeto. Depois ás vezes a gente precisa de um piano, no ultimo até foi o Bernardo Cruz mas as ultimas vezes até foi um rapaz chamado Tiago, isto é tudo muito de conhecer este e aquele...E sabemos que eles têm um talento e uma certa aptidão para ouvir o que nós apresentamos e acrescentar valor, acrescentar o seu registo, digamos assim.

 

DTOM: Fale-nos do seu percurso, começou aos 27 anos mais a sério, não é?

-Sim, posso dizer que aos 27 foi mesmo o lançamento.

 

DTOM: O que é que aconteceu aos 27 anos?

-Aos 27 foi o lançamento do primeiro EP...

 

DTOM: Portanto esse primeiro EP como é que se chama?

-“Eu próprio”.

 

DTOM: E tem nove músicas, não é?

-Sim tem nove músicas.

 

DTOM: Essas músicas são o resultado da juventude?

-Algumas das letras até foram escritas anteriormente, com 22/23 anos, no fundo é o resultado desses anos todos. Uma das letras que eu escrevi foi numa viagem que fiz de avião á Bélgica, eu tenho um problema com a ansiedade...sou uma pessoa um bocado ansiosa, já não sou tanto felizmente mas tinha problemas com a ansiedade e a escrita resolvia-me parte desses problemas, então estava lá cima nas nuvens e comecei a ficar meio pronto...meio ansioso não estava confortável no avião tinha assim aquelas paranoias de...”O avião cai e o que é que vai acontecer...” Comecei a ficar assim desconfortável e meti os fones e comecei a escrever e quando saí da viagem tinha ali uma letra pronta para gravar e fui grava-la e curiosamente foi das letras que até teve mais impacto.

 

DTOM: Esse EP então já saiu há três anos, teve boa aceitação do público?

-Sim, das pessoas que me escutaram. Acho que às pessoas a quem o EP consegui que chegasse teve uma boa aceitação, foi logo digamos que um bom arranque.

 

DTOM: Como é que fez a divulgação?

-Eu faço a divulgação através dos meios que possuo e que conheço, na altura quando fiz a divulgação do EP foi um bocado por mim próprio e pelas pessoas que me acompanham, mas também tivemos na altura uma entrevista com a revista “Raízes” que deu destaque ao lançamento do primeiro EP, a Terra Quente, e as rádios e imprensa local sempre se disponibilizaram em ajudar-me e o pessoal que me vai conhecendo e vai ouvindo as músicas...eu na altura até fiz um formato físico e ainda consegui vender cerca de 100 cópias...( “Eu próprio”). Eu digo 100 cópias, para mim é muito porque nos tempos que correm ninguém, não é ninguém, mas muitos poucos compram música. Por exemplo, eu para fazer uma música, gasto imenso dinheiro para a por gratuitamente ao consumidor, isto no fundo é uma teimosia, é o que é, claro que também está a venda, mas são escassas as pessoas que compram.

 

DTOM: A internet acabou com o mercado musical?  (antigamente vendia-se muito EPs e mesmo Cds, Vinils...)

-Sim mas também se calhar se não fosse a chegada da internet eu se calhar não conseguia ter 10 000 ouvintes... (Pois) Por exemplo.

 

DTOM: Divulgou então na internet, no YouTube, não é? Quantos ouvintes já tem? Disse-me 10 000.

-Depende da música, mas em média as minhas músicas ao fim de um ano ou 6 meses, 7 meses têm sempre entre 8 000 a 10 000 visualizações. Há umas que têm mais que 10 000 e há umas que têm menos de 7 000.

 

DTOM: Para além da divulgação na internet, também faz concertos ao vivo para manter a banda e ter algum retorno financeiro?

-Sim, por acaso desde que tenho o nome Frane Selak e me faço acompanhar com a banda foi uma das coisas que eu disse...”Nunca vou dar um espetáculo gratuito tem que haver sempre um retorno” porque é assim, esta questão e é verdade, tempo é dinheiro, no fundo eu invisto o meu dinheiro e invisto do meu tempo e precisamos também às vezes de ter esse retorno, mas também como você pode ver eu...(É material, e as pessoas)...É tudo… e são mais cinco músicos em palco, eles abdicam do dia a dia deles para tocarem comigo, eu não posso aceitar aceder a um pedido desse género ...(Não, mas podia acontecer sei lá um lançamento de ir à televisão ou ir aqui...) Mas espere lá, nós temos que saber ás vezes as contrapartidas, por exemplo a gente vai a um concurso, o concurso não é remunerado vai é com a chance de poder vencer e de se poder mostrar ao público que não teve a chance até aqui.

 

DTOM: Sim, o artista tem que sobreviver, como artista produz as suas músicas, investe tempo, e a única compensação que tem é poder um dia fazer concertos e ganhar dinheiro (risos)...

Sim, nunca me preocupei nem nunca me iludi muito com esses frutos...porque acho que se o fizesse que deitava por terra tudo aquilo que eu acredito... Se um dia existir essa oportunidade será sempre consequência do trabalho que vimos a desenvolver ao longo dos anos, não olho à meta, não existe, só me preocupo com o caminho.

 

DTOM: Porque o processo criativo é algo que está dentro de si, é a sua forma de ser,  você criava mesmo que fosse de borla, é isso?

-Exatamente. Se me pergunta assim: “Você acha que um dia vai viver disto?” Eu vou-lhe já dizer assim...

 

DTOM: Ia-lhe perguntar isso... (risos)

-Mas pode perguntar, é legitimo. Eu sei que isso será uma consequência do trabalho que eu vou desenvolver até aqui e da capacidade que tivermos todos de levar com estas realidades todas. Eu posso fazer a melhor música do mundo e a melhor música do mundo não chega á maioria das pessoas, isto também tem muito a ver com a maneira como divulgamos e as estratégias de marketing. Eu sei que isto da internet às vezes fala-se de números astronômicos, mas a gente também tem que assentar os pés na terra...é pá 10 000 pessoas é muita gente, certo? (Sim)

 

DTOM: Na língua inglesa há números astronómicos, em Portugal menos, nos somos um sub-domínio da internet...

-Sim, mas nós fazemos música na língua Portuguesa...(Mas nem sempre tem esses números, é difícil...) Há um mercado vasto também, o Brasil consome muita música Portuguesa…

 

DTOM: Você no futuro poderá vir um dia a viver da música, agora não vive da música?

-Não, não... Eu vivo a música, mas financeiramente sou independente dela.

 

DTOM: No fundo você é um artista, isso é que é importante...

-Tenho sempre um plano b...(risos)

 

DTOM: Mas você falou de uma coisa interessantíssima, você fez já esse EP, é o primeiro EP, 9 músicas, já fez concertos... Já fez muitos concertos nesses anos que passaram?

-Sim já fiz alguns concertos, em média nestes três anos fizemos cerca de 12/13 concertos.

 

DTOM: E é tipo concertos para as semanas académicas...?

-É, é esse é o nosso forte principal, alias é onde a gente tem ido, à semana académica de Bragança, á semana académica de Mirandela, recepções ao do caloiro, Festa de Mirandela é mais...(Ainda não deu o salto regional para o país?)...Não, por acaso até revelo aqui que gostava muito de poder ir a Vila Real, é um objectivo que tenho, gostava mesmo de poder tocar na cidade de Vila Real.

 

DTOM: Se calhar você vai a tocar em Vila Real, no Porto e no país todo, porque as suas músicas são excecionais, com os e prova pelo concurso da EDP Live Bands que ganhou.

Como é que surgiu essa ideia de ir ao concurso da EDP? Foi a primeira vez que concorreu?

-Sim, foi a primeira vez que tive num concurso, já havia malta nos anos anteriores que me pressionava nesse sentido... ”Pá tu fazes o produto mas depois não te mexes, depois não te apresentas, pá falta-te essa parte....” E eu achava que as coisas que tinha havia que solidifica-las ainda mais para poder partir para um projeto desses e se calhar sair de lá vencedor. Nos anos anteriores sentia que se calhar ainda não tínhamos bagagem, ainda não era o momento, e este ano conheci o EDP Live Bands através da minha namorada que acho que apareceu no instagram dela, e ela é que me disse, “Olha podias concorrer...” e eu pensei, “Bem, porque não...realmente acho que agora é mesmo a altura ideal para concorrermos...23 músicas lançadas, já alguns concertos, já temos aqui alguma bagagem, pá vamos arriscar. E partimos para esse concurso. Quando partimos para o concurso foi logo esta questão do Covid-19 que surgiu e isso também abalou um pouco as minhas expectativas porque eu pensei assim...”Bem se calhar estamos aqui a concorrer para uma coisa que nunca vai chegar a acontecer...” A gente não tinha informação de nada, o concurso continuava a decorrer e ninguém nos ligava a dizer o que se passava ou o que não se passava. Pá ,desliguei-me um bocado do que os outros diziam, do que as televisões falavam e disse: “Bem, vamos fazer a nossa parte (mesmo quando falava com os meu colegas da banda)...vamos fazer a nossa parte, a gente vai criar as condições para podermos chegar lá, depois se aquilo houver ou não será uma questão que não somos nós a decidir. Portanto, a gente o que for capaz de fazer, o que estiver ao nosso alcance, a gente faz.” E foi assim (risos) e fomos fazendo, fomos fazendo e quando começou a ficar mesmo grande, o movimento, começamos mesmo a partir de uma certa altura a acreditar que era possível. Nós andamos ali tipo n tempo, isto na primeira fase, andamos ali em 2º e depois tivemos uma banda que apareceu do nada e nos ultrapassou e eu até... “fogo como é que estes gajos conseguem”. Essa banda passado dois ou três dias foi desqualificada porque descobriram que aquilo eram votos falsos e foram desqualificadas duas ou três bandas e a gente continuou ali. No último dia da primeira fase... Alcançamos o primeiro lugar. Foi um sentimento bastante gratificante e motivador.

 

DTOM: Aquilo é um voto único, por cada pessoa na internet, não é?

-Sim, mas há pessoas que têm três ou quatro mails (E há pessoas que têm muitos familiares … risos) Quando notava que às vezes as pessoas queriam mesmo que a gente estivesse lá era quando eles me mandavam uma catrefada de prints com 16 ou 17 votos e punham a família toda a votar. E eu tipo...uma pessoa ficava obviamente motivada, porque no fundo é esse o nosso grande troféu disto tudo. Depois arrancamos para a segunda fase, bem na segunda fase quando arrancamos eu disse mesmo:”Agora não podemos defraudar as expectativas.” E na segunda fase a gente foi desde o primeiro dia até ao último a primeira escolha do público. Lindo!!

 

DTOM: O concurso é só com uma música?

-O concurso no inicio era só uma música depois colocamos duas...não estou bem informado acerca disso, creio que são duas músicas...mas no entretanto lá diz 30 minutos, 40... duração do espetáculo. As minhas músicas têm em média 3:20 a mais longa, mais comprida tem 5 minutos, se calhar podemos aqui jogar com o tempo que temos para tocar mais do que um tema.

 

DTOM: Mas no concurso era só uma música...

Não, numa fase inicial foi com a “Chave do Bar”, na segunda fase acrescentamos a Big Bang.

 

DTOM: E agora? vocês ganharam a nível nacional (Sim)...Uma banda de Mirandela ganhou o concurso do EDP LIVE BANDS a nível nacional e agora quando é que será a apresentação...?

-Já tenho recebido alguns contactos da organização no sentido de saberem qual era a nossa disponibilidade para podermos atuar, mas nunca me falaram de uma data em concreto...

 

DTOM: Sim...isto por causa do Covid porque isto estava tudo combinado, não é?

-Sim, por causa do Covid...dizem que está haver uma certa abertura do governo, já se começa a ver em sítios pontuais do país um concerto ou outro e eles falaram que estão predispostos, a organização está a trabalhar numa forma, numa solução para podermos ir tocar. Já mudaram o espaço...que ia ser num espaço com o dobro da capacidade para respeitar as normas de segurança e o distanciamento entre as pessoas. O que é certo é que a gente marcou o ensaio para hoje, já estamos a perspectivar o futuro sem saber a data em concreto do evento.

 

DTOM: Quais são os prémios do EDP LIVE BANDS?

-A banda vencedora fica habilitada a gravar um álbum com a Sony Mucic e um Videoclip, tem presença garantida na próxima edição NOS Alive e ainda tem uma Tour pelas Fnacs de Portugal. É uma rampa de lançamento.

 

DTOM: Vocês vão tocar a muitos sítios, não é só em Vila Real, vocês estão lançados para a música, basta continuar a criar como até aqui.

-Cá estamos, essa é a parte que mais nos dá prazer e que a gente mais gosta.

 

DTOM: 30 anos, um EP, um concurso ganho, mas já disseste que tinhas aí 23 músicas criadas, não é?

-Sim, sim.

 

DTOM: O EP tem 9 músicas... já estão também divulgadas na internet?

-Já, já. Eu optei foi por sempre lançar single a single porque financeiramente para mim é mais apelativo que seja assim, porque eu estar a fazer neste momento se calhar dez músicas seguidas e com vídeo todas...porque eu tenho estas músicas todas saíram com vídeo, eu preciso aqui de um grande orçamento e eu não tenho esse orçamento disponível logo de mão, por isso vou fazendo.

 

DTOM: E se calhar até fica melhor o processo criativo...

-Não me massa tanto e também não perco tempo, porque há uma coisa que eu sou, sou muito...às vezes deixo de acreditar nas coisas e quando deixo acreditar...É tipo namorada (risos) a gente namora mas se começo a deixar de acreditar nela abandona-a e tenho músicas que simplesmente ficam na gaveta porque deixo de acreditar nelas, e assim neste processo torna-se mais simples porque a gente acaba de a fazer, faz o vídeo e lança-a. Não está muito tempo a pensar se...”será que é esta, será que o pessoal vai gostar? E o que é que vão dizer?” Porque às vezes é...a gente quer-se abstrair da opinião dos outros mas às vezes não é assim tão fácil abstrairmos-nos da opinião dos outros, porque acabam por ser os outros que nos ouvem, não é? A gente tem que fazer a música sempre que nos agrada mas há sempre essas questões e essas questões ás vezes influenciam a nossa maneira de criar.

 

DTOM: E por falar em influências, que tipo de influências é que tens para a tua música? Tens alguma fonte de inspiração? Alguns músicos portugueses ou estrangeiros que sejam uma referencia para ti mesmo sem ser de hip hop outros...

-Sim tenho referências e quando digo referencia é aquilo que escuto mais… neste momento e se calhar nos últimos 20 anos o Valete é sem dúvida o artista que eu mais acompanho, posso dizer isto.

Claro que ouço outros, mas este é aquele sobre o qual eu disseco a informação que me disponibiliza, os outros apenas acompanho.

 

DTOM: E para terminar queres dizer alguma coisa aos teus fãs?

-Quero...quero agradecer em primeiro lugar a si Sr. António Pereira, agradecer ao Diário de Trás-os-Montes pela oportunidade que nos estão a dar em falarmos aqui um pouco do projeto. Agradecer às pessoas mais uma vez, já tinha feito noutros meios de comunicação, agradecer a todos que nos deram a possibilidade de estar presentes no EDP e agora o que eu tenho a dizer às pessoas é que a gente continua, motivados e que em breve vão sair novos temas, tenho novos temas preparados que estão prestes a sair...vão acompanhando nas redes sociais, podem-me encontrar através dos links,

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e que vão manifestando o seu apoio... mau ou bom. Que se manifestem.

 

DTOM: No fundo tu és um criador e, portanto, gostas de saber opinião delas sobre o teu trabalho, é isso?

-Claro que sim.

 

DTOM: Estás sempre à espera dessa manifestação, desse carinho do público?

-Claro que sim. A gente gosta de estar sempre em altas...(risos) e para estar sempre em altas precisa às vezes dessa receptividade. Quando eu digo estar em altas é estar com aquela adrenalina, com aquela vontade, porque às vezes também a gente se não tem isso começa a perder o foco, começa a desviar-se, começa a deixar de acreditar.

 

DTOM: E o facto de seres de Mirandela, isso é bom ou é mau para a música para ti...ou não é importante, nem sequer pensa nisso?

-(Risos) Eu não penso nisso, eu acho que se fosse mau eu não filmava Mirandela tantas vezes. Mirandela é a minha fonte de inspiração, o meu Karma e o meu Karma é o meu sonho.

 

Entrevista e fotos de António Pereira

 

Frane Selak 

Banda: 

Baterista -André diamantino

Guitarra - Duarte Vega

Teclas - Romulo Ferreira

Dj - Leonardo Guedes

Baixista - José Saavedra

Produtor - João Pinto

 

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