O Parque Natural Regional do Vale do Tua está oficialmente criado com a publicação em Diário da República do regulamento que rege a área protegida vocacionada para o desenvolvimento económico, anunciaram hoje os responsáveis.
A Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, entidade responsável pelo processo, divulgou hoje que o regulamento do parque foi publicado em Dário da República a 24 de setembro, dando por concluído o processo de criação depois de um período de discussão pública.
Este parque surge no âmbito das contrapartidas pela construção da barragem de Foz Tua, em Trás-os-Montes, e distingue-se das restantes áreas classificadas em Portugal. O seu propósito é delimitar geograficamente a zona de intervenção para aplicação dos fundos que a barragem vai disponiblizar.
A EDP adianta anualmente um montante correspondente a três por cento da faturação líquida com a produção de energia e, embora a nova hidroelétrica só fique concluída em 2016, a concessionária está a reservar verbas desde o início da obra.
O montante estimado em 70 milhões de euros durante todo o período da concessão vai ser disponibilizado de imediato para o Fundo da Biodiversidade.
O presidente da agência do Vale do Tua, José Silvano, explicou, em comunicado divulgado hoje, que o organismo que dirige chegou a acordo com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) no sentido de que "três quartos da dotação da EDP para o Fundo da Biodiversidade sejam canalizados para a região e investidos em desenvolvimento regional".
Os concelhos beneficiados são os de Carrazeda de Ansiães, Vila Flor e Mirandela, no distrito de Bragança, e Alijó e Murça, no distrito de Vila Real.
Os responsáveis consideram "expectável que ao fim de três anos o parque esteja a funcionar em pleno" com um plano de investimentos para um período de 12 anos centrados na conservação da natureza e promoção turística.
Entre as doze ações prioritárias, destacam "a criação de rotas temáticas, a certificação de produtos da região, através da criação da marca "Tua" com vista a distinguir o potencial gastronómico, implementação de medidas para redução do risco de incêndio e a elaboração de guias sobre o Património Natural do parque, onde se faça a divulgação dos principais valores naturais e se promova a sensibilização para a sua conservação".
O plano vai apoiar projetos privados e públicos e o diretor executivo da agência de desenvolvimento já tinha avançado que "em outubro" estarão reunidos as condições para começar a receber as primeiras candidaturas para projetos locais.
O novo parque e as medidas a ele associadas são apontados como "um grande contributo para o desenvolvimento socioeconómico da região, criando assim, um enquadramento favorável para a captação de investimentos privados para exploração do potencial turístico da região em termos de turismo natureza e turismo de bem-estar".