O Tribunal de Chaves está a braços com uma grave falta de juízes. Três magistradas estão de baixa (por doença e licença de maternidade) e, para agravar a situação, agora, o juiz que já estava acumular os dois juízos encontra-se de férias.

Até ao final da semana passada, restava no tribunal uma juíza de círculo. Em consequência da situação, são cada vez mais os julgamentos e outras diligências adiadas, bem como o descontentamento de quem vê por resolver os processos em que está envolvido.

No entanto, apesar de mais grave, a falta de juízes no Tribunal de Chaves não é de agora. Perdura há vários meses desde que, praticamente em simultâneo, as três magistradas entraram de baixa. A partir de então, o Tribunal ficou quase entregue a um único juiz que, depois de ter emagrecido oito quilos com o excesso de trabalho, no meio judicial flaviense, começou mesmo a ser tratado por \"super-herói\".

Mesmo assim, o esforço hercúleo do magistrado não foi suficiente para dar resposta a todos os processos. \"Trabalha à noite, é expedito, rápido, tem bom relacionamento com os advogados, com os funcionários, mas não pode fazer o trabalho de três\", explicou, ao JN, o delegado da Ordem dos Advogados de Chaves, Luís Pizarro, referindo-se ao juiz em causa.

Para tentar minorar a situação, o Conselho Superior de Magistratura tomou algumas providências colocou um juiz a substituir a primeira baixa médica e pÎs uma juíza de círculo a acumular processos do segundo juízo. Acontece que o magistrado que veio substituir a referida baixa está em regime de acumulação com a comarca onde estava colocado, Vinhais, e à juíza de círculo, pelo facto de ter de se deslocar aos outros tribunais do círculo (Montalegre, Boticas, Valpaços e Vila Pouca) \"pouco tempo lhe resta, a não ser para fazer alguns despachos\".

Alguns advogados temem, por isso, que, a manter-se a situação, o tribunal \"entre em rotura\". Certo é que a situação vai agravar ainda mais o nível de pendência processual da comarca de Chaves, que, ao que tudo indica, se situa na ordem dos 6000 processos. \"Além das consequências imediatas, o problema é a desmotivação que este tipo de caos provoca nos juízes que depois são aqui colocados\", diz Luís Pizarro.



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