O Douro é a próxima marca portuguesa a promover intensivamente pelo Turismo de Portugal, entidade que admite estarmos atrasados cerca de uma década para aproveitar o potencial daquela região elevada a Património Mundial, mas ainda «subaproveitada».
Entre os 32 milhões de euros atribuídos pelo QREN à recuperação do património cultural da região do Douro, em execução até 2013, e os \"7,5 milhões de euros aprovados para iniciativas imateriais\", como o recente concerto de BB King, em Sabrosa, como explica Ricardo Magalhães, chefe da Estrutura de Missão do Douro, esta será uma \"oportunidade única e uma alavanca poderosa para fazer do Douro um negócio (turístico)\".
No total, estão aprovados projectos no valor de 160 milhões de euros e o objectivo é passar de 250 mil dormidas anuais na região (2500 camas) para 400 mil, em 2013, tomando como matriz as \"Quintas do Douro\", em termos de qualidade. Ricardo Magalhães aponta, contudo, a discrepância entre os apoios concedidos a projectos públicos e diz-se \"desapontado\" ao verificar as verbas atribuídas, no âmbito de programas nacionais de apoio aos privados, devido \"ao regime de incentivos não se ajustar às especificidades da região\".
O caso do Vale do Douro esteve em análise, ontem, no Palácio da Bolsa, no Porto, numa conferência internacional sobre as oportunidades para ganhos económicos em destinos turísticos classificados como património mundial.
Luís Patrão, presidente do Turismo de Portugal, colocou a responsabilidade do fraco aproveitamento dos incentivos por parte dos privados nos \"maus projectos\" que, por vezes, apresentam e assegurou que \"falta iniciativa, quer a nível das entidades públicas, quer autárquicas, quer, principalmente, dos empresários\". Anualmente, têm sido distribuídos \"100 milhões de euros, uma oportunidade única que poderá não voltar a repetir-se no turismo\" para projectos privados, ao passo que, só no Norte, há 15 milhões de euros para a promoção.